No inverno os ursos para se protegerem entram numa caverna, desaceleram, seu metabolismo cai e eles quase param...
Ficam ali.. Reunindo suas forças... E se protegendo.
Há um momento onde o recolhimento é importante.
Se protegem durante um bom tempo...
Vários animais vem até a entrada da caverna dos menores aos maiores... Alguns até mesmo zombam dele. E ele permanece ali no seu silencio.
Sabe que o tempo age ao seu favor.
Ele apenas observa...
Eles gritam...
Ei.. você não é o forte...? Onde está você?.. Por acaso tem medo...?
Muitos fazem isto...
O urso..?
Ele se mantém fiel ao seu propósito...
Ele se protege... Permanece ali... Quieto...
O tempo passa ele se protege...
E quando surgem os primeiros raios de sol, ele sente que a vida novamente lhe invade.
Agora o frio e o torpor dão lugar a vida...
O sol lhe aquece.. Derrete a neve que lhe congelava o espírito...
Ele ressurge... Novamente está presente..
Sai e dá um grande rugido para o mundo...
Ele sabe a hora de se recolher.. E reunir as suas forças..
E sabe também a hora de demonstrá-la...
Os outros se aproximam, mas agora, há respeito... Sua força traz este respeito!
As vezes devemos fazer como os ursos.. Dar uma paradinha e respirar um pouco.
Nos recolhermos aos nossos pensamentos, sentimentos e sensações mais profundas...
Sair um pouco do lugar comum, de tudo aquilo que é rotineiro, para poder olhar com muito mais profundidade para as coisas da nossa vida.
Às vezes o enfrentamento continuado da lugar a um vazio existencial, e assim nos sentimos fracos e sequer podemos medir o avanço ou retrocesso que temos ou tivemos.
A parada para uma analise mais profunda é saudável, as grande estrelas são geradas no caos, mas para observar o seu tamanho é necessário que se esteja fora, ou seja, no meio da tempestade somos parte dela.
Ser parte da tempestade o tempo todo desgasta, cansa, machuca demais, um lugar onde não há solução.
Mas com este processo devemos estar atentos para não cair na grande armadilha que é deixar de avançar.
“Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino,
Viver é uma arte um oficio, só que precisa cuidado,
Pra perceber que olhar só pra dentro é o maior desperdício,
Porque o seu amor pode estar do seu lado.
O amor é o calor que aquece a alma.
O amor tem sabor pra quem bebe a sua água.”
Jota Quest
Se continuamos um movimento e permanecemos dentro deixamos de perceber muitas coisas, se paramos o movimento e ficamos na inércia o mesmo acontece, polarizamos.
Quando polarizamos algo ficamos num processo dicotômico que nos impede de crescer, onde somente existe o sim ou o não e nunca um talvez.
Entrar, sair, entrar novamente e sair novamente, assim seguimos um movimento natural.
J. Carlos Froes