quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Permanecer ou não em meio a tempestade

Os ursos sempre voltam...

No inverno os ursos para se protegerem entram numa caverna, desaceleram, seu metabolismo cai e eles quase param...
Ficam ali.. Reunindo suas forças... E se protegendo.
Há um momento onde o recolhimento é importante.
Se protegem durante um bom tempo...
Vários animais vem até a entrada da caverna dos menores aos maiores... Alguns até mesmo zombam dele. E ele permanece ali no seu silencio.
Sabe que o tempo age ao seu favor.
Ele apenas observa...

Eles gritam...
Ei.. você não é o forte...? Onde está você?.. Por acaso tem medo...?
Muitos fazem isto...

O urso..?
Ele se mantém fiel ao seu propósito...
Ele se protege... Permanece ali... Quieto...
O tempo passa ele se protege...

E quando surgem os primeiros raios de sol, ele sente que a vida novamente lhe invade.

Agora o frio e o torpor dão lugar a vida...
O sol lhe aquece.. Derrete a neve que lhe congelava o espírito...

Ele ressurge... Novamente está presente..
Sai e dá um grande rugido para o mundo...
Ele sabe a hora de se recolher.. E reunir as suas forças..

E sabe também a hora de demonstrá-la...

Os outros se aproximam, mas agora, há respeito... Sua força traz este respeito!

As vezes devemos fazer como os ursos.. Dar uma paradinha e respirar um pouco.
Nos recolhermos aos nossos pensamentos, sentimentos e sensações mais profundas...

Sair um pouco do lugar comum, de tudo aquilo que é rotineiro, para poder olhar com muito mais profundidade para as coisas da nossa vida.

Às vezes o enfrentamento continuado da lugar a um vazio existencial, e assim nos sentimos fracos e sequer podemos medir o avanço ou retrocesso que temos ou tivemos.

A parada para uma analise mais profunda é saudável, as grande estrelas são geradas no caos, mas para observar o seu tamanho é necessário que se esteja fora, ou seja, no meio da tempestade somos parte dela.

Ser parte da tempestade o tempo todo desgasta, cansa, machuca demais, um lugar onde não há solução.

Mas com este processo devemos estar atentos para não cair na grande armadilha que é deixar de avançar.

Devemos constantemente sair do recolhimento e verificar o quanto nos encontramos fortes, e ai cabe bem o refrão de uma musica do Jota Quest que traduz isto de uma forma bem interessante:

“Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino,
Viver é uma arte um oficio, só que precisa cuidado,
Pra perceber que olhar só pra dentro é o maior desperdício,
Porque o seu amor pode estar do seu lado.
O amor é o calor que aquece a alma.
O amor tem sabor pra quem bebe a sua água.”
Jota Quest

Se continuamos um movimento e permanecemos dentro deixamos de perceber muitas coisas, se paramos o movimento e ficamos na inércia o mesmo acontece, polarizamos.

Quando polarizamos algo ficamos num processo dicotômico que nos impede de crescer, onde somente existe o sim ou o não e nunca um talvez.

Entrar, sair, entrar novamente e sair novamente, assim seguimos um movimento natural.

J. Carlos Froes

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Toda escolha tem seu preço... Aceitação x Aprovação....

Toda escolha tem seu preço...
Indiscutível que cada vez que fazemos uma escolha nesta vida instantaneamente surja o seu preço.
Mas a partir de onde fazemos as escolhas mais importantes nesta vida?
Quais são os critérios que adotamos quando tomamos uma decisão?
Os critérios que determinam nossas escolhas mais importantes surgem a partir daquilo que foi estabelecido como um script em nossas vidas.
Eric Berne nos desenvolvimento do seu trabalho denominou como scrip ou roteiro de vida o plano pré consciente que governa os destinos de uma pessoa.
Ele propõe que o comportamento disfuncional na verdade é o resultado de decisões auto limitantes estabelecidas desde a mais tenra infância.
Muitas vezes o aprendizado da criança acontece não pelo pensar mas pelo sentir, e isto pode gerar uma serie de limitações, crenças, valores e padrões de comportamento.
A forma como uma criança toma o mundo ao seu redor e a maneira como ela utilizara isto depende muito de como ela sentiu aquilo que lhe foi transmitido, e fica possível imaginar que nem sempre o resultado será satisfatório a esta criança na sua fase adulta.
Desta forma esta criança atravessa sua adolescência, juventude e até mesmo a fase adulta muitas vezes com um sentimento, pensamento ou sensação que se encontram desatualizados.
Na maioria das vezes isto o conduzira a um comportamento também desatualizado fazendo com que suas atitudes causem estranheza ate mesmo à própria pessoa, onde muitas vezes ele próprio nem consegue determinar a sua causa.
Segue-se então um roteiro ou um script sobre o qual muitas vezes nem se tem a noção.
Desta forma fica difícil a própria pessoa saber qual o futuro que a aguarda, sentindo-se assim enredada pelas malhas daquilo que convencionamos a chamar de destino.
Na maioria das vezes este comportamento se torna como uma arma que ao meso tempo em que a defende de algo também a exclui a começar pela própria família.
Segue-se então um processo de expiação enorme onde a culpa e a inocência caminham de mãos dadas, e neste processo a identificação com a vítima se generaliza.
É muito comum que se busque no desenrolar deste roteiro uma aceitação total, o que acaba por gerar uma enorme confusão entre aceitação e aprovação.
O grito é por aceitação quando no fundo aquilo que ele espera é aprovação.

Aceitação, aprovação e desaprovação são muito distintos, mas movido pelo seu roteiro e tudo aquilo que de alguma forma lhe é pré- determinado na maioria das vezes impedem que esta distinção seja feita.
Busca-se aceitação quando na verdade o que espera é uma aprovação sobre o seu comportamento, ficando assim limitado e infeliz com a situação em que se encontra até que se reconheça isto.
Nem sempre as pessoas irão aprovar aquilo que fazemos, mas isto não as impede que nos aceitem com tudo aquilo que trazemos ou fazemos.
Quando esta sensação esta vinculada aos relacionamentos amorosos e afetivos fora da família já é muito difícil de suportar em muitas situações, porém quando ela se encontra vinculada à família tudo se torna muito pior.
O medo de ser excluído tendo um efeito muito maior na família em função do vinculo indivisível causa assim também uma pressão e uma tensa muito maior.
Porém nestas horas o ideal é lembrar que há uma diferença muito grande entre aceitação e aprovação ou desaprovação.
A aprovação ou desaprovação é algo muito pessoal, quando aceitação é universal.
Com esta lembrança e esta consciência podemos ir à frente, e buscar um acordo.
Talvez para que este acordo aconteça seja necessário um abrir mão de algo entre ambas as partes, mas certamente será muito mais leve do que a pressão e as tensões vividas.
Deixe o seu comentário.... opine, fale sobre outros temas....
J. Carlos Froes

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Constelações... aquilo que atua aparece....

Constelações... aquilo que atua aparece....
Nos trabalhos com as constelações sistêmicas e familiares, aquilo que atua aparace, fica claro.... e é com este esclarecimento que o cliente pode fazer algo.
Nem sempre aquilo que aparece é compreendido ou aceito pelo cliente, mas são movimentos da alma. Eles estão ali e atuam e somente para aquilo que se mostra é possivel uma solução.
As constelações demonstram que existem forças ocultas que são muito maiores do que podemos supor e nos oferecem ensinamentos profundos sobre os relacionamentos e suas implicações.
Alguns exemplos sobre isto são dados pelo próprio Berth Hellinger em seus livros e nos fazem refletir sobre isto...
Reflita sobre o texto abaixo:

O que torna felizes as crianças?
- As crianças ficam felizes quando seus pais – ambos os pais - estão felizes com elas. E quando é que ambos os pais ficam felizes com a criança? – É quando cada um respeita e ama na criança o seu parceiro (a sua parceira) e se alegra com ele (com ela).

Falamos muito de amor. Mas quando é que o amor se mostra em sua forma mais bela? – É quando eu me alegro com a outra pessoa, exatamente como ela é. É quando nos alegramos com nossa criança, exatamente como ela é.

O poder que os pais percebem ter sobre os filhos – e, sobretudo, as mães o sentem de uma forma
particularmente profunda, na medida em que vivem tanto tempo em simbiose com eles – deve ser vivenciado como uma missão. Não como um poder pessoal, mas como um poder temporário, a serviço da criança.

Algum tempo atrás, num dos meus cursos, compareceu uma mulher, trazendo no colo uma criança de cinco meses. Estava sentada ao meu lado, e eu lhe disse: “Olhe através da criança, para algo que está longe, atrás dela”.

Ela olhou para longe, através da criança. De repente, a criança respirou profundamente e sorriu para mim.

Ela ficou feliz. – Assim, nessa relação que ultrapassa a criança, ambos ficam mais livres: os pais e a criança. Ambos podem ajustar-se melhor à sua própria destinação, alegrar-se com ela, e assim deixam livre o outro, na medida em que isso é necessário.

O que é esse algo distante, para onde a mulher dirigiu o olhar? – É o destino de cada um, o seu próprio destino e o da criança.

É, até mesmo, algo além do destino. É algo que permanece oculto de nós. Em sua presença permanecemos humildes; não obstante, sabemos que isso nos conduz e sustenta de um modo particular.

Berth Hellinger


"Através do filho o homem encontra e honra o seu amor pela mulher, assim como ela o faz... O filho é a grande possibilidade do reconhecimento do amor entre homens e mulheres,.... e ele nada tem a ver com o que eles querem fazer com seu relacionamento no futuro..."

Se você ainda não conhece; procure saber mais sobre o processo das constelações sistêmicas e familiares Você pode deixar aqui o seu comentário ou mesmo me escrever um email....