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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O tempo certo...

Para algumas coisas... o tempo é relativo...
Era uma daquelas tardes quentes, com sol a pino e o mundo vibrando a todo vapor.
Pessoas passavam pelas ruas correndo com seus afazeres teimando em brigar com o relógio que lhes consome os minutos das suas vidas em tarefas aparentemente infindáveis.
Seus olhos e seus ouvidos cheios de movimento, com cores de todos os tons e sons variados.
E apesar de todo este movimento em seu mundo tudo era oco... sem vida... pálido.
Ao chegar em casa revisitou cada objeto, as fotos da viagem que fizeram, sobre a escrivaninha os papeis e o roteiro da viagem que tanto planejaram nos dois últimos anos... conhecer a cidade natal de seus pais... num pais distante que jamais conheceram, mas que sabiam de detalhes contados por eles...
Em cada lugar da casa uma lembrança... as bicicletas encostadas na lavanderia... e as promessas de que este ano voltariam a pedalar juntos.
As roupas estendidas no varal, e o bilhete colado na geladeira com recomendações sobre como cuidar dos vestidos e das camisas...
Ao abrir a geladeira os congelados e o champagne que esperavam por uma oportunidade para serem postos a mesa.
Na sala sobre a estande os filmes da ultima temporada da serie que esperavam por uma oportunidade para serem vistos.
O carnê com as duas ultimas prestações, lembrou-lhe dos sonhos do carro novo.
Percebeu que em cada canto que passava os olhos encontrava um objeto ou uma lembrança de algo que havia sido programado.
Aos poucos aquilo que antes era oco se preenchia com uma lista infindável de coisas que precisavam e queriam fazer...
Chegou no ultimo aposento, o quarto... os perfumes e objetos carregados de imagens e movimento.
Abriu a porta do guarda roupa e as gavetas e escolheu a melhor lingerie... combinando demoradamente as peças...
Em meio a tantas caixas um sapato que nunca fora usado... e protegido por um plástico o lindo vestido preto com uma grande etiqueta colada...
PARA SER USADO EM UMA OCASIÃO MUITO ESPECIAL...
Sabia que era este...! Sim tinha que ser este...! Comprado em uma linda viagem aguardava ali... o momento mais especial da vida dela...
Tomou todos estes objetos colocando-os em uma caixa cuidadosamente arrumada para este fim...
Chamou um táxi.. e ligou para a sua irmã pedindo que o ajudasse...
Sentou-se na cama e refletiu profundamente sobre tudo que deixaram de fazer neste último ano porque achavam que ainda não era o momento...
Despertou de seus pensamentos apenas no primeiro toque do interfone que anunciava a chegada daquele que o levaria... ao encontro da sua amada...
Não sabe ao certo dizer quanto tempo durou este momento...limpou suas lagrimas e foi ao encontro dela... desejando que este dia nunca tivesse chegado... Sabia que teria que encontrar forças para deixar-lhe linda; como sempre fora; para o seu enterro....
José Carlos Froes
Como os assuntos estão relacionados resolvi colocar o vídeo abaixo... bom proveito...

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Em pé de roseira não nasce cravo...


Em pé de roseira não nasce cravo
Este texto me chega às mãos por alguém muito especial...
Ele fala de posições.. e o quanto é importante assumir a nossa posição...

Tenho uma frase que nasce a partir de uma visão sistêmica dentro dos treinamentos que realizo e que já compartilhei varias vezes e entendo que ela cabe perfeitamente aqui:
“Se você ocupar um lugar que não é o seu, você nunca será o outro e tampouco a sombra de quem poderia ser”.

Demonstra também o quanto dói quando reconhecemos que estamos fora do nosso lugar, e contudo nos fica claro o quanto esta percepção pode ser ao mesmo tempo libertadora.

Meu desejo é de que este texto tão claro e ao mesmo tempo tão singelo possa toca-lo como me senti tocado.

Que ele oferece a possibilidade de reflexão sobre um tema tão profundo quanto é este.

Uma boa leitura e obrigado querida Lúcia pelo presente e pela possibilidade de postá-lo aqui em meu blog.

Parabéns pela dedicação no trabalho que vem fazendo de entender e perceber tudo isto.

Minha gratidão e respeito.

José Carlos Froes

Em pé de roseira não nasce cravo
Durante mais de vinte anos procurei ser um bom pai. Tendo como exemplo àquele que me deu a vida e me criou com amor, respeito, responsabilidade e autoridade, busquei desempenhar da melhor forma este papel.

Como um bom pai trabalhei muito para prover minha família em todas as necessidades materiais. Querendo o melhor usei a máscara de seriedade e, às vezes, uma afetividade contida como meios de estabelecer os limites, manter o “respeito”, marcar a autoridade...

“FOI MAL!”

Ficou assim como um sapato apertado, incomodando, calejando, doendo e tirando o foco do essencial...

E como não dava pra parar ia seguindo em frente, buscando nas festinhas de madrugada, checando as companhias e namoricos, me deparando e confrontando com ideias novas e desconfortáveis para meus padrões, tentando um jeito de aceitar sem tanto me impor. 

A difícil arte de educar, e bota dificuldade nisso ainda mais com o “calo” doendo!
Um dia eu finalmente entendi: Em pé de roseira não nasce cravo!
“DEMORÔ NÉ MÃE!”
Eu nasci MÃE, me esforcei para ser pai também, mas não nasci PAI

É assim: pra ser PAI tem que ter algo especial que só vem “de fábrica”, no gene, na alma, na missão...

Então mais do que nunca admiro, respeito e parabenizo os PAIS, a todos que dão vazão aos atributos que lhe são peculiares nesta tarefa tão nobre, a qual não pode ser imitada, nem realizada por qualquer pessoa.

Agora meu “calo” só dói um pouquinho, talvez pelos vícios destes longos anos, mas melhora assim que dou um abraço, ofereço um “colinho”... enfim sou só MÃE.


Maria Lúcia
São Paulo, agosto de 2013.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Reconhecer, elaborar e integrar... assim nós crescemos um pouco mais...



Passar pela dor....


Desde que comecei a trabalhar com pessoas, tenho me deparado com algumas frases que me chamam muito a atenção:
“Meu passado está morto e enterrado”
“Para isto eu não olho mais”
“Quero deixar meu passado lá... ele não tem lugar aqui”

Confesso que em alguns momentos lá atrás eu mesmo utilizei estas frases, mas a cada dia que passa, mais me convenço que de alguma forma elas são apenas uma maneira de nos mantermos conectados àquilo que não queremos mais.

Sim, pois com certeza de uma forma ou outra aquilo que ficou para trás permanecerá sempre atuando.

Jung (medico e psiquiatra suíço) em algumas de suas celebres frases reforça esta tese:
“O sofrimento precisa ser superado, e o único meio de superá-lo é suportando-o.”
“Só aquilo que somos realmente tem o poder de curar-nos”
“Tudo aquilo que não enfrentamos em vida acaba se tornando o nosso destino.”


Poderia também citar algumas frases de Freud (médico austríaco criador da psicanálise):
“É escusado sonhar que se bebe; quando a sede aperta, é preciso acordar para beber.”
“Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que
lutaste.”

Veja que não é de hoje e nem minha apenas a visão de que quando passamos por nossas dores podemos aprender com elas.

Um questionamento que sempre vem à tona quando penso nas dores pelas quais passamos é:

Como podemos enterrar uma parte de nossa história?

 Ao fazermos isto não estaremos enterrando também uma parte daquilo que foi útil e produtivo...?
Nossa vida desde o momento em que nascemos se pauta pelas polaridades.


São elas que nos conduzem a uma forma de ser e pensar.


Portanto fica claro que só podemos reconhecer a luz quando passamos pelas sombras e que tão natural quanto o ar que respiramos serão as dores pelas quais passamos por esta vida, e uma tentativa de nos mantermos distantes delas é um movimento de pura ilusão.


Mas assim como um livro que nos recusamos a ler e mantemos trancados na gaveta os acontecimentos passados nunca serão completamente reconhecidos, elaborados e integrados enquanto não nos dispusermos a olha-los com clareza.


Seria ótimo que tivéssemos a possibilidade de uma borracha mágica que apagasse as lembranças ruins e mantivesse apenas as boas, mas veja que aqui o que temos é apenas um pensamento mágico, que nos liberta de forma completamente ilusória.

Sempre pergunto às pessoas com as quais trabalho a diferença entre ilusão e esperança, e as respostas muitas vezes convergem para um ponto onde percebemos que aquilo que os diferencia esta contido em uma única palavra: ação... 


Sem ação o que temos é apenas ilusão, e isto não nos liberta, pelo contrario apenas cria elementos que ao longo do tempo geram mais e mais sentimentos negativos, contribuindo para a o estabelecimento de padrões de comportamento negativos e uma baixa considerável em nossa autoestima e autoimagem.


Pode-se até pensar que então devemos permanecer sofrendo?

Não... Mas saber que em algum momento aquilo que não foi visto e trabalhado um dia volta à tona.


Outro fator importante é saber que o não para nosso cérebro nada mais é do que um estímulo para que permaneçamos olhando para algo, ou seja, é como quando alguém diz: Eu não quero olhar para isto.


Quando esta frase vem é sinal de que já estamos olhando para o fato.
Pode nos libertar de fato?  E de que?

Liberdade é algo está  ligado a uma sensação.... e quando entendemos como buscar esta sensação podemos buscá-la quando quisermos.
Desta forma podemos nos libertar de crenças e valores ultrapassados.

Uma metáfora que as vezes utilizo em meus treinamentos:
 
Um homem um dia estava no enterro de seu próprio filho e não conseguia derrubar uma lágrima sequer.
Todos os que estavam a sua volta olhavam para ele com extrema reserva, presos num julgamento enorme.
“Que homem frio”;  “Sem coração”; “Insensível”....
Agora imagine que pudéssemos voltar o filme de sua vida e voltar a uma época distante, lá na sua infância... quando nos deparamos com a seguinte cena...
Ele pequeno chorando e fazendo birra... (crianças fazem birra!)
Seu pai se aproxima, dá-lhe uma palmada e diz:
“Menino pare de chorar, você não vê que cada vez que você chora sua mãe morre um pouquinho..”
Ele para de chorar e segue sua vida desta maneira.
Quantas oportunidades este homem não perdeu? Por quantas vezes foi julgado?
E assim chegamos ao fatídico dia do enterro de seu filho...
Uma mensagem ficara gravada no seu intimo:
“Cada vez que você chora, você mata alguém que ama um pouquinho...”
Como chorar a morte de alguém, sem que alguém próximo e amado morra também? Difícil.
Mas imagine que agora ele saiba disto... Ai sim ele pode se libertar...
Entendendo que naquele momento a única coisa que seu pai queria era proteger sua mãe. Que tudo se tratava de amor.
Saber disto não retira nada do que foi dito, nem tampouco a dor da palmada, mas oferece um conhecimento sobre sua própria historia que é libertador.

A possibilidade de passarmos pelo trauma ou dor, isto sim pode ser libertador.


Portanto o importante é a disposição de olhar para as nossas questões mais difíceis e passar por elas, como já disse antes, reconhecer, elaborar e integrar, todo o conhecimento.

José Carlos Froes

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pai...

Poderia encher esta folha com palavras bonitas e rebuscadas.
Colocar aqui rimas em estrofes cadenciadas por um ritmo que oferecesse uma sonoridade suave ou uma estética mais adequada. Talvez pudesse imaginar uma construção com as frases colocadas no papel de tal forma que surgisse uma figura ou quem sabe algo que sugerisse movimento...

Mas quero algo simples... Quero lembrar dos dias em que ele chegava cansado e ainda assim tinha um tempinho para mim... Naquela época eu não entendia... hoje sei o que é um dia de trabalho...
Do lanche naquele lugar em que parávamos aos sábados e domingos, hoje eu entendo porque ele sempre pedia o menor mesmo parecendo que estava com fome... hoje sei o custo de algo...
Da ida aos parques e de que quando ele voltava e estávamos cansados, ainda assim ele trocava de roupa e continuava a executar alguma tarefa em casa... apesar da minha crítica... hoje sei da urgência da vida...
Das vezes em que ele programava algo e ficava feliz com a simplicidade das suas sugestões e depois entristecia quando deixávamos sua idéia de lado...
De como ele ficava encantado com as coisas que para mim são hoje tão simples... e como eu entendi isto quando comprei uma TV nova com um controle cheio de botões...
Lembro de como ele sorria quando achávamos graça nas mesmas piadas, contadas há tantos anos... hoje vejo o quanto é difícil atualizar-se sobre qualquer coisa...
De como ele ficava rodando e não fazia nada quando estava doente, e seu olhar de terror em direção à minha mãe...
De como ele era desajeitado com coisas tão simples... mas hoje vejo o quanto ele era tão bom em outras coisas...
Como ele ficava triste quando discutia com sua mulher e eu queria puni-lo por isto... hoje entendo que não sabemos nada mesmo...
Hoje quero apenas lembrar... de momentos que para mim eram incompreensíveis e que hoje fazem parte da minha realidade...
Na história dele não existem rimas e o ritmo é próprio; não existe muita poesia, só realidade... muitas vezes sem uma estética ou construção rebuscada... a verdade é que me parece tudo muito simples.
Sua história tem uma estética própria... e hoje eu entendo...
E quanto mais eu posso olhar para esta história do jeito que ela é mais eu me aproximo de quem ele é, foi e será... e assim escrevo e aceito a minha própria história...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Com quem você aprendeu a amarrar o seu sapato?

Já pensou nisto?

Para algumas pessoas já fiz esta pergunta e a resposta é sempre a mesma:
Sei lá, acho que com a minha mãe, ou meu pai!
E a resposta vem sempre seguida de uma pergunta?
Mas porquê você pergunta isto??
A minha resposta é sempre a mesma:
Você pode não saber, ou nem se lembrar, mas é certo que amarra os seus sapatos.
Normalmente quando pergunto isto quero relacionar este tema aos padrões de comportamento.
Não sabemos de onde ele vem, mas o fato é que ele atua.
Se pudermos saber a origem, tudo fica mais fácil.
E é muito comum que na maioria das vezes, assim como o ato de amarrar os sapatos que um padrão se instale na infância.
Por isto é sempre muito bom olharmos para a nossa familia, e para os nosso primeiros anos de vida.
Não que as respostas estejam todas lá, pois claro não podemos correr o risco de generalizarmos nada.
Mas é comum que encontremos respostas para alguns padrões.

Muito dos nossos medos e inseguranças nascem nesta fase e permanecem atuando durante toda nossa vida.

Tem um filme que eu gosto muito e indico a muitas pessoas para que possam refletir sobre isto:
Duas vidas (The Kid)- 2000 - Disney
Ele continua sempre atual... assista, ele pode ser bem enriquecedor...
Há, e da próxima vez que você for amarrar o seu calçado... reflita sobre isto.
José Carlos Froes

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ao portador do brilho...


Luminoso.. brilhante
Um dia um homem andava sozinho por uma floresta... seus dias ora eram nublados, ora eram escuros.
Sem uma bussola para indicar-lhe o caminho durante o dia guiava-se pelo sol.
Mas as vezes os dias eram nublados e portante o seu norte por vezes mudava.
A noite ficava atento ao brilho das estrelas e procurava registrar o seu brilho em sua memoria... mas ainda não era suficiente, pois por mais que se encantasse com o seu brilho
e mesmo que elas pudessem de alguma forma demontrar o caminho, o cansaço do dia apagava-lhe da memória a direção...
Caminha sempre a passos largos sem nunca desistir mas na intenção de que um dia alguém pudesse de alguma forma ser o guardião de um brilho, de alguém que iluminasse o seu caminho.
Ficava assim confiando então na sua fé e na crença de que existia um juiz maior que pudesse lhe prover esta luz...
Por varias vezes dizia do seu grande sonho, de que viesse sim alguém que lhe trouxesse este brilho maior...
Um dia nestas andanças uma abelha rainha lhe aparece e assim ele toma do seu nectar....
O mais doce de todos... o nectar do amor... Então aquele que tem fé e que sabe que seu Deus é seu juiz se entrega aos encantos desta rainha...
Juntos decidem construir agora uma estrada por onde possam sentir o brilho que vem deste amor...
E então surge aquele... que iluminará suas vidas oferecendo um caminho mais brilhante...
Um caminho possivel apenas através da força que vem do amor dos dois...

A maternidade e a paternidade nos colocam frente a frente com os sonhos de vida...
Benvinda seja a vida...
Benvindo seja você Lukas... o luminoso, o que brilha...
Parabéns ao meu querido e amado irmão que a vida me deu de presente... Daniel que vem do hebraico e que siginifica aquele cujo Deus é o juiz...
E obrigado à minha querida Debora... que no hebraico denomina a abelha.. aquela que nos adoça a vida com sua presença

A você Lukas querido, que em latim identifica o luminoso, o que brilha...
Que sua vida seja sempre luminosa e brilhante.. que você possa sim; espalhar seu brilho por esta terra...
Com amor...

Froes