Mostrando postagens com marcador memória. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador memória. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Os pais são culpados que não tem culpa...

Os pais são culpados que não tem culpa...

Há anos venho proferindo esta frase dentro dos treinamentos que faço, e posso dizer com certeza que num primeiro contato às vezes o seu efeito é pequeno.
Porém na medida em que ela vai sendo repetida e vivida dentro de cada um seu efeito pode ser transformador.
Como seres humanos acabamos por criar conflitos que muitas vezes podem se tornar enormes ao longo do tempo.

Tenho verificado que na maioria das vezes estes conflitos acabam nascendo a partir daquilo que tomamos não como real, mas como ideal.

Às vezes este ideal talvez nem seja nosso, por vezes se expressando mais como um fardo do que como algo bom.

Esta é uma situação muito comum entre pais e filhos.
Nem sempre os nossos pais serão aqueles que projetamos e muito menos os nossos filhos e nem assim eles deixam de ser nossos pais e tampouco nós de sermos seus filhos.
Existem inúmeras exigências que vem da nossa própria família e as vezes nos submetemos a elas apenas pelo medo da exclusão.

Quantos filhos seguem a profissão, religião, ou até mesmo uma forma de pensar, sentir e viver dos seus pais apenas por este medo.

O medo de não pertencer acaba por fazer com que os caminhos seguidos nem sempre sejam aqueles que gostaríamos ou sentíssemos necessários.

Se isto acontece com os filhos em relação aos seus pais, sem duvida haverá um dia em que este caminho se tornara insustentável.

Ao mesmo tempo acontece um movimento por parte dos filhos que gera um desagravo em relação aos seus pais.

Todas as pessoas acabam por desenvolver o seu próprio senso critico, algo que acontece desde a nossa primeira infância e que ao mesmo tempo que é necessário e importante acaba sendo também extremamente cruel em relação não somente ao mundo e às pessoas que estão ao nosso redor mas principalmente os nossos pais.

O olhar para os pais se fragmenta, de um lado o olhar respeitoso que está relacionado ao sagrado na relação entre pais e filhos do outro aquele extremamente moral que julga a tudo e a todos segundo aquilo que seria importante para cada um de nós.

Este olhar moralista, entendendo aqui moral sobre um ponto de vista mais amplo, julga o ato de todas as pessoas as pessoas segundo os conceitos do certo e errado, belo e feio, bom e mau, e ninguém escapa, inclusive os nossos pais.
Temos além destes dois tipos de olhar um muitas vezes observado e que acaba sendo mais severo conosco e com o pai e a mãe.

O da obrigação, sustentado pelo respeito, que aqui surge mais como uma obrigação, contaminado pela moral extremada, fruto da nossa forma de olhar o mundo.

Desta forma este olhar singular acaba por gerar um distanciamento, pois de alguma maneira queremos deles algo que eles não podem nos oferecer.

Aquilo que está ligado ao que entendemos como ideal, que de certa forma exigimos dos outros acaba então por gerar uma pressão e uma tensão enorme em direção aos nossos pais.

O que às vezes não se entende é que eles já estão dando, assim como nós tudo aquilo que podem dar.

E nesta tentativa de ter do outro aquilo que ele não pode dar nos frustramos e sofremos, e este fenômeno acontece com qualquer pessoa a nossa volta, mas tem um impacto muito maior quando vai em direção a eles.

O vinculo acaba assim por potencializar a dor e o sofrimento, gerando seqüelas que um dia deverão de alguma forma serem levadas em conta, vistas, e quem sabe trabalhadas.

Este movimento acaba por influenciar não apenas o nosso relacionamento com eles (nossos pais), mas o de toda a família.

É muito comum que nesta hora se quebre a ordem e a hierarquia dentro da família, onde cada uma começa a assumir um lugar que não é o seu.

Basta que possamos agora imaginar um filho que acha (olhar distorcido) que seu pai ou mãe não está fazendo o que deveria, procurando então assumir uma postura de ação sobre cada um em separado e ou em conjunto.

Aqui cabe bem uma outra frase que percebo cada vez mais verdadeira:
“Se você tentar ocupar um lugar que não é o seu... você nunca será o outro e tampouco a sombra de quem você poderia ser...”

Imagine viver em uma condição onde você precisa provar a todo custo a alguém (consciente ou inconscientemente) que há outra saída que não a que vem sendo utilizada.

Dor, frustração e acima de tudo uma sensação de vazio.

Um processo que eu acho maravilhoso e que pode nos auxiliar muito neste sentido é o das constelações familiares, se quiser saber mais entre no link, e da próxima vez que você olhar para os seus pais leve isto em consideração.

José Carlos O. Froes

terça-feira, 19 de abril de 2011

A porta negra...

A criança e o medo...

Algumas coisas apavoram muito uma criança, e uma delas, explorada em muitas historias e filmes são os montros que vivem no seu imaginário.

Me lembro bem de uma cena de um filme de 1982, Poltergeist o Fenômeno, onde um palhaço no quarto de uma criança o arrastava para debaixo de sua cama.

Qual foi a criança que nunca teve medo de um monstro embaixo de sua cama...?

E a pergunta que fica é:
Quando é que uma criança perde o medo do monstro?

Quando ela olha para o seu medo.


Somente quando olhamos atentamente para aquilo que nos causa medo podemos vencê-lo.

Trazemos o nosso medo para o real.. tiramos ele do imaginário, colocando-o em nossa realidade.

O que é imaginado nos causa muito mais transtornos e confusões do que aquilo que é real.

Quantas vezes postergamos uma resposta por medo da reação do outro e nos entregamos assim a algo que talvez jamais venha a acontecer e sem que percebamos perdemos clientes, amigos, e até mesmo relacionamentos.

Muitas vezes é mais fácil ficar imaginando o que acontecerá e nos identificarmos assim apenas como os aspectos negativos.

A maioria das religiões e filosofias de vida já nos oferecem a muito tempo uma frase espetacular para a qual as vezes não nos atemos... e muitas vezes por este mesmo medo, e sem que venhamos a discutir a forma como é colocada podemos ficar com o conteúdo:
“ A verdade liberta”.

Muitas vezes esta verdade será dura e difícil de ser trabalhada, mas com ela conseguimos avançar nos relacionamentos.

Há uma metáfora com a qual as vezes trabalho que acho bem interessante e que quero agora compartilhar:

O Rei e a Porta Negra

Existia em uma região um Rei muito corajoso que era um grande conquistador e ao mesmo tempo muito polemico pelos seus atos.
Porem nunca permitira o assassinato daqueles cujo reino ele partia em busca de conquista.

Trazia todos os seus prisioneiros ao seu reino e os colocava frente a frente com uma decisão...

Ele os levava um a um ao porão do seu castelo e lá os posicionava no centro da sala, e então o Rei anunciava

- Eu vou dar uma chance para vocês. Olhem para o canto direito da sala.
Ao olharem, os prisioneiros viam os guerreiros mais valorosos do Rei com suas espadas empunhadas e prontos para ação.

- Agora, - continuava o Rei - Olhem para o canto esquerdo.
Ao olharem, todos os presos notavam que havia uma horrível Porta Negra de aspecto gigantesco.

Crânios humanos serviam como decoração e a maçaneta era a mão de um cadáver, toda manchada de sangue.


Algo horripilante só de imaginar, quanto mais de se ver.

O Rei se posicionava no centro da sala e gritava:

- Agora escolham : o que vocês querem ? Morrerem nas mãos destes valorosos guerreiros ou abrirem aquela Porta Negra e enfrentarem o que o destino os reserva? Agora decidam, vocês têm livre arbítrio, escolham....

Todos os prisioneiros tinham o mesmo comportamento: na hora da decisão, eles chegavam perto da horrível Porta Negra de mais de quatro metros de altura, olhavam para os desenhos de caveiras, sangue humano, esqueletos, aspecto infernal, coisas escritas do tipo: "Viva a Morte", além de outras citações relacionadas a morte..e decidiam:


" Prefiro continuar lutando...".

Um a um, todos agiam assim: olhavam para a Porta Negra e para os guerreiros e diziam para o Rei:

- Prefiro morrer lutando...".

Milhares optaram pela luta e pela morte..

Mas, um dia, a guerra acabou e passado algum tempo, um daqueles valorosos guerreiros estava varrendo a enorme sala quando eis que surge o Rei.
O soldado com toda reverência e meio sem jeito, perguntou:
- Sabes, ó grande Rei, eu sempre tive uma curiosidade, e peço que não se zangue com minha pergunta, mas... o que existe além daquela Porta Negra ?


O Rei respondeu :

- Para saber o que há por trás desta porta você deverá fazer a mesma escolha...

- Lembra que eu dava aos prisioneiros duas escolhas ? Pois bem, vá e abra a Porta Negra.

O guerreiro responde ao Rei..

-Meu Rei sou teu fiel súdito e nunca me recusei a um pedido teu... Mas abrir esta Porta me enche de medo...

Me bravo... sou teu Rei e muito embora eu pudesse mandar todos a morte inclusive você acredito que os homens dever ter o direito a uma escolha...

E não acredites em mim e nem tampouco na tua imaginação, acredites em ti... E somente assim poderás abrir esta porta.
Você já enfrentou muitas batalhas, venceu muitos inimigos, és forte e corajoso, e agora se dobrarás a esta Porta?

O guerreiro enchendo-se de força e coragem e mesmo assim trêmulo, virou cautelosamente a maçaneta e sentiu um raio puro de sol beijar o chão feio da enorme sala.

Abriu mais um pouquinho a porta e mais luz e um gostoso cheiro de verde inundaram o local.

O soldado notou que a Porta Negra abria para um caminho que apontava para a grande estrada. Foi aí que ele pode perceber:

A Porta Negra dava para a.... LIBERDADE !!!!!

O medo do desconhecido nos leva sempre para o mesmo fim...
Somente uma nova estrada nos leva a um novo local...
Há.. que tal olhar o quanto antes embaixo da sua cama... pode ser bom...

J. Carlos Froes

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Permanecer ou não em meio a tempestade

Os ursos sempre voltam...

No inverno os ursos para se protegerem entram numa caverna, desaceleram, seu metabolismo cai e eles quase param...
Ficam ali.. Reunindo suas forças... E se protegendo.
Há um momento onde o recolhimento é importante.
Se protegem durante um bom tempo...
Vários animais vem até a entrada da caverna dos menores aos maiores... Alguns até mesmo zombam dele. E ele permanece ali no seu silencio.
Sabe que o tempo age ao seu favor.
Ele apenas observa...

Eles gritam...
Ei.. você não é o forte...? Onde está você?.. Por acaso tem medo...?
Muitos fazem isto...

O urso..?
Ele se mantém fiel ao seu propósito...
Ele se protege... Permanece ali... Quieto...
O tempo passa ele se protege...

E quando surgem os primeiros raios de sol, ele sente que a vida novamente lhe invade.

Agora o frio e o torpor dão lugar a vida...
O sol lhe aquece.. Derrete a neve que lhe congelava o espírito...

Ele ressurge... Novamente está presente..
Sai e dá um grande rugido para o mundo...
Ele sabe a hora de se recolher.. E reunir as suas forças..

E sabe também a hora de demonstrá-la...

Os outros se aproximam, mas agora, há respeito... Sua força traz este respeito!

As vezes devemos fazer como os ursos.. Dar uma paradinha e respirar um pouco.
Nos recolhermos aos nossos pensamentos, sentimentos e sensações mais profundas...

Sair um pouco do lugar comum, de tudo aquilo que é rotineiro, para poder olhar com muito mais profundidade para as coisas da nossa vida.

Às vezes o enfrentamento continuado da lugar a um vazio existencial, e assim nos sentimos fracos e sequer podemos medir o avanço ou retrocesso que temos ou tivemos.

A parada para uma analise mais profunda é saudável, as grande estrelas são geradas no caos, mas para observar o seu tamanho é necessário que se esteja fora, ou seja, no meio da tempestade somos parte dela.

Ser parte da tempestade o tempo todo desgasta, cansa, machuca demais, um lugar onde não há solução.

Mas com este processo devemos estar atentos para não cair na grande armadilha que é deixar de avançar.

Devemos constantemente sair do recolhimento e verificar o quanto nos encontramos fortes, e ai cabe bem o refrão de uma musica do Jota Quest que traduz isto de uma forma bem interessante:

“Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino,
Viver é uma arte um oficio, só que precisa cuidado,
Pra perceber que olhar só pra dentro é o maior desperdício,
Porque o seu amor pode estar do seu lado.
O amor é o calor que aquece a alma.
O amor tem sabor pra quem bebe a sua água.”
Jota Quest

Se continuamos um movimento e permanecemos dentro deixamos de perceber muitas coisas, se paramos o movimento e ficamos na inércia o mesmo acontece, polarizamos.

Quando polarizamos algo ficamos num processo dicotômico que nos impede de crescer, onde somente existe o sim ou o não e nunca um talvez.

Entrar, sair, entrar novamente e sair novamente, assim seguimos um movimento natural.

J. Carlos Froes

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Se você andar sempre pela mesma estrada... você chegará sempre no mesmo lugar...

Se você andar sempre pela mesma estrada... você chegará sempre no mesmo lugar...
Ao lermos esta frase a impressão que temos é de que ela é obvia demais.
Sim, pois quem anda por uma estrada... uma única estrada sempre chega ao mesmo lugar... isto mais do que uma frase é acima de tudo uma grande afirmação.
E o que são as afirmações se não algo que é obvio, porém o obvio nem sempre é tão obvio.
Se sabemos disto por que muitas vezes caminhamos sempre pela mesma estrada.
Porque muitas vezes não tivemos opção, não encontramos um retorno, desvio, bifurcação ou seja lá qual for o saída que mude o nosso movimento ou nos tire dela.
Mas num determinado momento surge uma opção, uma possibilidade se apresenta! E se ai então seguimos, é por que no fundo, mesmo que ainda não nos
tenhamos dado conta disto, ganhamos algo.
Cabe aqui uma observação, nem sempre aquilo que ganhamos necessariamente é algo bom, mas certamente pode ser algo que nos alimenta.
Algo com o qual se pode receber algum tipo de carícia ou reconhecimento, mesmo que negativo.
A priori isto aparece como algo conflitante, e ao nos aprofundarmos na questão, veremos que é isto mesmo, Conflito.
Imagine alguém que tenha aprendido a receber carinho e reconhecimento na dor, no desapontamento, na angustia, ou em algo que para esta pessoa é negativo.
Porque ela insiste em fazer sempre do mesmo jeito... Porque ela se alimenta.
Pense agora se isto não acontece conosco em diversas situações.
E é aqui que podemos então discutir um pouco sobre o que é ilusão e esperança.
Você já pensou em qual é a diferença entre ilusão e esperança.
As duas são muito parecidas... sim qual a diferença entre ilusão e esperança...
Ilusão é algo que talvez nunca aconteça...
Esperança também...
Mas o que muda....

Quero oferecer a você agora uma pequena história... sistêmica que pode nos ajudar a refletir sobre esta questão...

Meu destino é carregar algo.....
Havia um pequeno jumento que desde muito cedo foi talhado para o trabalho pesado... forçado...
Desde pequeno ele ouviu do seu dono elogios somente nos momentos em que ele estava CARREGADO...
Como você é bom...
Você é o melhor companheiro para mim....
Você carrega minha carga e isto me alivia... por isto eu te amo você...
Puxa como você é forte...
Sem você o que seria de mim...
Ele sempre carregado e o dono sempre se sentindo leve com a situação...
Nos momentos de descanso, o dono o deixava confinado e saia para sua vida..
Ele estava sempre com os seus... se divertia, passeava, vivia bem...
Nos momentos onde ele precisava de força... lá estava o seu fiel animal...
Assim a vida caminhava...
Juntos nesta caminhada um dia lá estavam eles por uma estrada a tanto trilhada...
Uma estrada longa.. bem longa....
Uma estrada difícil para ambos, cheia de pedras e obstáculos...
A estrada muito difícil, íngreme, mas com uma paisagem exuberante...
Lindos campos dos dois lados....
Campos e pastagens fartas, terra fértil, agua em abundância, sombra e tudo mais que se possa imaginar...
O jumento ali carregado se sentindo o mais nobre de todos...
Seu dono incansável nos seus elogios... mas leve, apesar de uma estrada difícil... ele estava muito mais leve, pois o seu valoroso animal carregava tudo.
Eis que num momento o dono morre.. e o pequeno animal segue carregado pelo mesmo caminho....
Cumpre assim o seu destino...
Ele percebe que algo aconteceu ao seu dono....
Ele havia parado na estrada... mas ele sabia que se continuasse com a carga, esta seria a melhor maneira de honrar ao seu dono...
E assim ele segue... cumprindo seu destino...
Muitas léguas a frente um outro jumento que pastava tranqüilamente no campo... olha para aquele que vem carregado...
O que está carregado percebe o outro também....
O que está carregado pensa... Ele não sabe o que é honrar alguém....
E o que pasta tranqüilamente pensa....

EU ESTOU BEM AQUI.....

Quando tempo este valoroso animal caminhou com esta carga já não sabemos...

Bem e agora talvez valha a pena perceber qual é a pequena diferença entre ilusão e esperança...
Ação....
Boa reflexão....

Obrigado por visitar meu blog... e aguardo seus comentários...
José Carlos O. Froes
A metáfora acima é uma adaptação livre de uma metáfora escrita por Bert Hellinger no seu livro "No centro sentimos leveza"

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Memórias e a Neurociência

Memórias e a Neurociência
Quero continuar nosso estudo sobre a memória, e como somos afetados a partir daquilo que é carregado através dela. No ultimo artigo citei uma reportagem publicada na Veja que fala sobre memória e gostaria de trazer agora duas observações que vem ao encontro daquilo que falamos neste mesmo artigo.
Um posicionamento é o do fisiologista Eric Kandel que recebeu o Prêmio Nobel em 2000 pelo seu trabalho de como a memória é formada e armazenada. Ao longo da entrevista concedida ele discorre sobre a memória e a questão da personalidade, na busca por onde se encontra o Ego, Superego e Id e o que acontece dentro dos neurônios durante o processo de memorização.
Segundo ele a neurociência procura desvendar as habilidades do cérebro humano, e que nesta caminhada ainda temos cerca de 100 anos até que seja possível desvendar totalmente o funcionamento deste órgão tão complexo. Segundo suas pesquisas não há um limite biológico para o volume de quantidade de memórias que o cérebro pode guardar, mas um limite para a quantidade que se pode processar em um determinado período e desta maneira se este limite de processamento é quebrado isto pode interferir na qualidade da codificação que é feita pelo cérebro. E segundo ele sendo assim não há memória.
Mas este pode ser um indicativo de que algumas informações podem estar de certa forma sendo acessadas de forma equivocada. Há ainda uma questão se resposta sobre a consciência, ou seja, para acessar determinadas lembranças precisamos usar a consciência e pouco se sabe sobre a natureza da atenção consciente, além do que é difícil dizer como as memórias sao modificadas ao longo da vida.
Veja ainda sobre a questão terapêutica o que ele tem a dizer:
A psicanálise está ameaçada pelas descobertas da neurociência?
Não. Psicanalistas e psicoterapeutas podem até se beneficiar com isso, mas terão de se adaptar.
Eles precisam se familiarizar com as novidades da neurociência. Já existem, por exemplo, estudiosos analisando imagens cerebrais de pessoas com distúrbios mentais, para detectar possíveis anormalidades e descobrir como elas são revertidas com a psicoterapia.
As evidências, até agora, são muito estimulantes. Obsessão-compulsão, depressão, neuroses com todos esses distúrbios já há estudos mostrando como a psicoterapia ou a psicanálise conseguem reverter, em alguns casos, anomalias cerebrais.
Os resultados são bons quando o terapeuta, além de tentar entender o que motiva o paciente a agir de determinada maneira, passa a incentivá-lo a mudar seu comportamento presente. Ou seja, faz um tratamento mais orientado para o aqui e agora.
Os estudos de neuroimagem mostram que esse é um método bastante eficiente para certos casos. Eric Kandel.
No próximo artigo quero trazer o segundo posicionamento a respeito da memória do português António Damásio, de 65 anos, considerado um dos neurocientistas mais respeitados da atualidade, falando sobre a forma como as emoções estão ligadas à memória.
Até o próximo
J. Carlos Froes