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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Um quinhão ou um milhão?

As vezes fico pensando de que forma as pessoas se avaliam, o quanto as vezes se deixam levar pelos mascates da vida, que oferecem um quinhão naquilo que vale um milhão.
A metáfora que quero compartilhar fala sobre isto.. o valor que nos é dado.
Que seja de bom proveito.
José Carlos Froes



O Anel

Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem-me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?
O professor sem olhá-lo, disse:
- Sinto muito meu jovem, mas não posso te ajudar, devo primeiro resolver meu próprio problema. Talvez depois.
E fazendo uma pausa falou:
- Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar.
- C...Claro, professor - gaguejou o jovem. Mas se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu professor.
O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto e disse:
- Monte no cavalo e vá até o mercado. Devo vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.
O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel. Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele.
Só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.
Depois de oferecer a jóia a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e assim podendo receber ajuda e conselhos.
Entrou na casa e disse:
- Professor, sinto muito, mas foi impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.
- Importante, meu jovem - contestou o professor sorridente - devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro.
Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.
O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou o anel e disse:
- Diga ao seu professor, se ele quer vender agora, que não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.
- 58 MOEDAS DE OURO!!! - exclamou o jovem.
- Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente...
O jovem correu emocionado até a casa do professor para contar o que ocorreu.
- Senta - disse o professor. E depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou disse:
- Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um expert. Pensava que qualquer um poderia descobrir o seu verdadeiro valor??? E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.
- Todos somos como esta jóia. Valiosos e únicos e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.

"Ninguém pode te fazer sentir inferior sem seu consentimento."

Autor desconhecido

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pedra sobre pedra

Fazer a diferença...
Já ouvimos várias vezes esta frase, mas nem sempre nos damos conta de como podemos fazer a tal diferença.


Talvez uma das grandes dificuldades do ser humano seja a de perceber que para isto não precisamos de algo enorme.


As vezes ficamos pensando em algo grande e desta forma colocamos sem que percebamos uma série de impecilhos neste sentido.


Assim comparo as conquistas; você já percebeu que a grande maioria das pessoas fica pensando apenas nas grandes conquistas e se esquece de que na verdade a maior conquista de todas é apenas um conjunto de pequenas conquistas.

A muralha da China ou a Grande Muralha foi construida durante o período imperial e é considerada uma das novas sete maravilhas do mundo.


Calcula-se que mais de um milhão de homens tenham colaborado na sua construção e que a quantidade de material absorvido fosse suficiente para erguer mais de 120 pirâmides como a de Queóps.

E como alguém pode chegar a uma construção tão gigantesca?
A resposta:
Depositando uma pedra sobre a
outra...

Fico pensando em quantas vezes deixamos de valorizar as pequenas conquistas e pequenas ações e assim acabamos por menosprezar o que de bom estamos construindo.


Uma construção se dá a partir de pequenos movimentos, e as pequenas partes são aquelas que constituem o todo.

Se deixamos de valorizar o pequeno que estimativa teremos do grande?


Nas ações em nada isto é diferente, as vezes deixamos de valorizar pequenas ações e ficamos pensando nas grandes.


E o que são as grandes se não um conjunto de pequenas ações.

Então a pergunta que pode nortear uma forma de agir em relação ao mundo do qual fazemos parte é sempre:

Qual a pequena ação que posso fazer hoje que pode fazer a diferença?


As vezes um sorriso, uma palavra, um aceno...

Não importa o tamanho, importa mas o ato em si...


O ato em si pode mudar tudo.


Mesmo que em algum momento nos venha a dúvida em relação à uma pequena ação, ainda assim ela valerá a pena.

Você já leu em algum lugar que uma ação vale mais do que mil palavras e lá no fundo nós sabemos o quanto esta afirmação é verdadeira.


Portanto podemos tomar isto como um exercicio, e assim medirmos como é fazer diferença.


Desta forma faça a diferença sempre...

Há e este exercicio é pessoal e intransferível.


E saber que no final, além de fazer bem para a nossa alma, o todo se beneficia..


Experimente prestar atenção e se desafia a fazer a diferença...


Faça um exercicio assim hoje...
Um telefone, um sorriso, um aceno, uma palavra... lá dentro nós sabemos o que pode ser feito...
Uma construção... para um mundo melhor... pedra sobre pedra...


Boa construção...

José Carlos Froes

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O homem e o fruto....

Um homem extremamente faminto chega a um campo enorme...

Sua fome é muito grande, o campo enorme e durante um tempo ele caminha por este campo até que encontra uma grande árvore carregada de frutos.

Sim ela é imensa... linda e carregada de frutos.

E durante um tempo ele fica ali; embaixo da grande árvore olhando para todos aqueles frutos.

Há muitos frutos... sim são muitos frutos..
No meio de todos ele encontro um que lhe parece muito suculento...
Ele procura em volta e não há pedras ou qualquer outro objeto que pudesse lançar em direção ao fruto... não há uma vara sequer que o ajude a colher o fruto.
De todas as maneiras ele tenta conseguir o fruto que tanto lhe chama a atenção...
Em vão tenta escalar a árvore...

Procura inutilmente balançar aquela enorme árvore com seu grosso tronco... nada... nem um milimetro sequer de movimento... nada.
Ele fica cada vez mais irritado... e no alge da sua irritação grita com a árvore e o fruto...
Ei árvore dê-me este fruto... ainda assim nada!
Vamos fruto venha.. estou com fome... vamos caia já desta arvore... nada

Ainda assim nada acontece... o fruto continua lá impassível...
Não há nada que o ajude....

Ele xinga a árvore e os frutos...
A árvore fica bem tranqüila....
O fruto nem o percebe...
E ele... Cada vez mais irritado

Briga e grita por um longo tempo e ao final senta-se embaixo da frondosa árvore.
Fica ali durante um grande tempo... e depois de muito refletir uma frase lhe vem a cabeça... Afinal ele entende...

Somente quando ele estiver maduro....

Fica durante um tempo a refletir.. e depois segue o seu caminho...

Muitas vezes ficamos exatamente como este homem... agindo e reagindo furiosamente a alguém ou algo que ainda não se encontra maduro o suficiente...
Da próxima vez que for exigir algo de alguém... verifique se a ele este algo já é possivel..

Para refletir...

José Carlos Froes

terça-feira, 19 de abril de 2011

A porta negra...

A criança e o medo...

Algumas coisas apavoram muito uma criança, e uma delas, explorada em muitas historias e filmes são os montros que vivem no seu imaginário.

Me lembro bem de uma cena de um filme de 1982, Poltergeist o Fenômeno, onde um palhaço no quarto de uma criança o arrastava para debaixo de sua cama.

Qual foi a criança que nunca teve medo de um monstro embaixo de sua cama...?

E a pergunta que fica é:
Quando é que uma criança perde o medo do monstro?

Quando ela olha para o seu medo.


Somente quando olhamos atentamente para aquilo que nos causa medo podemos vencê-lo.

Trazemos o nosso medo para o real.. tiramos ele do imaginário, colocando-o em nossa realidade.

O que é imaginado nos causa muito mais transtornos e confusões do que aquilo que é real.

Quantas vezes postergamos uma resposta por medo da reação do outro e nos entregamos assim a algo que talvez jamais venha a acontecer e sem que percebamos perdemos clientes, amigos, e até mesmo relacionamentos.

Muitas vezes é mais fácil ficar imaginando o que acontecerá e nos identificarmos assim apenas como os aspectos negativos.

A maioria das religiões e filosofias de vida já nos oferecem a muito tempo uma frase espetacular para a qual as vezes não nos atemos... e muitas vezes por este mesmo medo, e sem que venhamos a discutir a forma como é colocada podemos ficar com o conteúdo:
“ A verdade liberta”.

Muitas vezes esta verdade será dura e difícil de ser trabalhada, mas com ela conseguimos avançar nos relacionamentos.

Há uma metáfora com a qual as vezes trabalho que acho bem interessante e que quero agora compartilhar:

O Rei e a Porta Negra

Existia em uma região um Rei muito corajoso que era um grande conquistador e ao mesmo tempo muito polemico pelos seus atos.
Porem nunca permitira o assassinato daqueles cujo reino ele partia em busca de conquista.

Trazia todos os seus prisioneiros ao seu reino e os colocava frente a frente com uma decisão...

Ele os levava um a um ao porão do seu castelo e lá os posicionava no centro da sala, e então o Rei anunciava

- Eu vou dar uma chance para vocês. Olhem para o canto direito da sala.
Ao olharem, os prisioneiros viam os guerreiros mais valorosos do Rei com suas espadas empunhadas e prontos para ação.

- Agora, - continuava o Rei - Olhem para o canto esquerdo.
Ao olharem, todos os presos notavam que havia uma horrível Porta Negra de aspecto gigantesco.

Crânios humanos serviam como decoração e a maçaneta era a mão de um cadáver, toda manchada de sangue.


Algo horripilante só de imaginar, quanto mais de se ver.

O Rei se posicionava no centro da sala e gritava:

- Agora escolham : o que vocês querem ? Morrerem nas mãos destes valorosos guerreiros ou abrirem aquela Porta Negra e enfrentarem o que o destino os reserva? Agora decidam, vocês têm livre arbítrio, escolham....

Todos os prisioneiros tinham o mesmo comportamento: na hora da decisão, eles chegavam perto da horrível Porta Negra de mais de quatro metros de altura, olhavam para os desenhos de caveiras, sangue humano, esqueletos, aspecto infernal, coisas escritas do tipo: "Viva a Morte", além de outras citações relacionadas a morte..e decidiam:


" Prefiro continuar lutando...".

Um a um, todos agiam assim: olhavam para a Porta Negra e para os guerreiros e diziam para o Rei:

- Prefiro morrer lutando...".

Milhares optaram pela luta e pela morte..

Mas, um dia, a guerra acabou e passado algum tempo, um daqueles valorosos guerreiros estava varrendo a enorme sala quando eis que surge o Rei.
O soldado com toda reverência e meio sem jeito, perguntou:
- Sabes, ó grande Rei, eu sempre tive uma curiosidade, e peço que não se zangue com minha pergunta, mas... o que existe além daquela Porta Negra ?


O Rei respondeu :

- Para saber o que há por trás desta porta você deverá fazer a mesma escolha...

- Lembra que eu dava aos prisioneiros duas escolhas ? Pois bem, vá e abra a Porta Negra.

O guerreiro responde ao Rei..

-Meu Rei sou teu fiel súdito e nunca me recusei a um pedido teu... Mas abrir esta Porta me enche de medo...

Me bravo... sou teu Rei e muito embora eu pudesse mandar todos a morte inclusive você acredito que os homens dever ter o direito a uma escolha...

E não acredites em mim e nem tampouco na tua imaginação, acredites em ti... E somente assim poderás abrir esta porta.
Você já enfrentou muitas batalhas, venceu muitos inimigos, és forte e corajoso, e agora se dobrarás a esta Porta?

O guerreiro enchendo-se de força e coragem e mesmo assim trêmulo, virou cautelosamente a maçaneta e sentiu um raio puro de sol beijar o chão feio da enorme sala.

Abriu mais um pouquinho a porta e mais luz e um gostoso cheiro de verde inundaram o local.

O soldado notou que a Porta Negra abria para um caminho que apontava para a grande estrada. Foi aí que ele pode perceber:

A Porta Negra dava para a.... LIBERDADE !!!!!

O medo do desconhecido nos leva sempre para o mesmo fim...
Somente uma nova estrada nos leva a um novo local...
Há.. que tal olhar o quanto antes embaixo da sua cama... pode ser bom...

J. Carlos Froes

quinta-feira, 31 de março de 2011

Relacionamento de Casais..

Tenho a tido a felicidade de trabalhar muito em meu consultório o relacionamento de casais, e este é um dos temas que mais me toca.

E o que mais me toca é saber que no fundo o que se busca em um relacionamento é uma solução que vai alem das fronteiras daquilo que reconhecemos... Quando trabalho um relacionamento de casal olhamos profundamente para as nossas raízes.

Encontramos na maioria das vezes muito mais do que uma exigência de uma parte ou outra, o que encontramos na maioria das vezes é a vontade de satisfazer um desejo, ou apenas de aplacar o medo que sentimos de algo, e na maioria das vezes o de sermos excluídos.

Buscamos na maior parte das vezes uma resposta no lugar errado. O outro é e sempre será um catalisador que nos ajudará em nossa caminhada que é tão solitária em busca de uma reconciliação interna e nunca a resposta em si.

Quando trabalhamos um relacionamento falamos de amor... um amor que muitas vezes pode ser mal direcionado ou mal interpretado.

Prendemos quando queremos liberdade, fechamos uma porta quando queremos uma saída, sofremos quando queremos felicidade.

O amor entre o casal traz em si uma beleza indescritível, algo grande e divino e ao mesmo tempo difícil.

No relacionamento entre um homem e uma mulher há algo de divino, somente através dele podemos gerar a vida...

Quando um casal se encontra e começa a viver um relacionamento na maioria das vezes não se dá conta de que ao olhar para o outro estará olhando também para a sua família e tudo mais o que esta família pode oferecer.... sim quando um homem olha para uma mulher ele olha também para a família desta mulher e vice versa...

E algumas coisas que são válidas na família de um não são válidas na familia do outro, e então na maioria das vezes é ai que nos perdemos, pois queremos algo que para o outro as vezes nem existe, ou é impossível...

Nas brincadeiras de cabo de guerra procura-se o mais forte... e assim alguns relacionamentos são tratados... a busca pelo certo e errado não cabe.

O ideal é que os dois se fortaleçam... e assim a família como um todo...

Um contrato transparente, limpo, onde cada um saiba qual o seu limite seria muito melhor...

Algo para pensarmos.. e gostaria aqui de deixar um texto sobre uma velha lenda Sioux para uma reflexão:


A Águia e o Falcão

Conta uma velha lenda dos índios Sioux, que uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho feiticeiro da tribo.

- Nós nos amamos e vamos nos casar - disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã... alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos... que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

- Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada. Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte... e trazê- lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo - continuou o feiticeiro - deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva!

Os jovens se abraçaram com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada... no dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.

O velho pediu, que com cuidado as tirassem dos sacos... e viu eram verdadeiramente formosos exemplares.

- E agora o que faremos? - perguntou o jovem - as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue? Ou as cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? - propôs a jovem.

- Não! - disse o feiticeiro, apanhem as aves, e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro. Quando as tiver bem amarradas, soltem-nas, para que voem livres.

O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros. A águia e o falcão, tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se machucar.

Foi então que o velho desamarrou os pássaros e disse:

- Jamais esqueçam o que acabaram de ver... este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... se estiverem amarrados um ao outro, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.

J. Carlos Froes

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Que bom que eu sei....

Se o castor soubesse...
Os castores são bichinhos muito interessantes...
Tem um jeito todo especial de cuidar da sua família e proteger a sua prole.
Seus filhotes nascem cegos e, portanto necessitam de cuidados muito maiores no inicio... Na maior parte das vezes a mãe os carrega na boca de um lado para o outro.
A vida do Castor esta intimamente ligada ao rio... Eles têm uma relação extremamente estreita, simbiótica como o rio.
É do rio que eles retiram seu alimento, sua alimentação e segurança vem dai.

Mas muito especiais os castores permanecem lutando uma vida inteira contra a força do rio.
Com muito esforço constroem suas barragens, e elas devem ser fortes para conter a força do rio, e no remanso que se forma após o dique ficam suas tocas.
Eles as protegem com a lama do rio de forma a criarem tocas seguras. E quando ele olha para a sua toca certamente pensa
“ Ela pode ser segura o quanto for mas se o dique não for forte...”

Constroem e dão permanente manutenção à barragem.. pois se a barragem não for forte, sua casa cai.
Uma coisa que o castor se esquece é da força do rio.
O rio é forte e muito, e sua força vem de longe.

A força do rio é antiga, bem mais antiga que a vontade do castor.
Ele briga com esta força, quando poderia se entrega a ela.
Os castores vivem num constante desafio com o rio... e talvez um dia ele possa se entregar a esta força.. e seguir o rumo natural.
Se você perguntar ao castor quando ele se decidira ele certamente dirá que é difícil.
A força de um se sobrepõe ao outro... e um dia talvez ao se entregar a esta força não haverá necessidade de barrá-la, podendo usufruir melhor...
Ele poderia muito bem se entregar a esta força e descer a favor da correnteza, e certamente ele enfrentaria muitas dificuldades, mas haveria um momento onde tudo ficaria muito mais leve.
Em todo rio sempre há um remanso, um lugar para onde a força da correnteza nos direciona a um remanso.

Neste remanso há descanso, paz e com certeza lá, neste remanso nesta paz um ponto onde a existência é mais leve, mais fácil.
Há se o castor soubesse...
Assim permanecemos muitas vezes, numa luta incessante, sem que olhemos para esta força que vem de longe.

Como na historia do castor uma força que vem da infância, ou da família, e que muitas vezes insistimos numa luta desigual sem a coragem de nos entregarmos ao movimento.

Difícil as vezes se entregar a esta força e caminhar com ela.
Uma força que nos direciona para um remanso, para um lugar de paz.
As vezes declaramos que não é o momento. Ainda não.

E ficamos assim nesta luta desigual e vivendo em meio a uma grande ilusão.

Sim uma ilusão que funciona como todo mecanismo de defesa, teoricamente nos afastando, mas na realidade nos jogando o tempo todo em direção a algo.

Um exemplo disto:
Siga este comando – Não pense num elefante. Não pense num elefante. Este não é o momento de pensar em um elefante. Pense em qualquer coisa menos num elefante.

Pronto... Temos agora instalado em nossa mente um lindo elefante.... cheio de vida e forte....

Assim com as coisas que dizemos – Ainda não quero olhar para isto! Ainda não é o momento de olhar para isto....

Lembre-se de nosso ultimo texto sobre os ursos....

Entrar em algo... entregar-se à esta força... olhar... vivenciar... e ai sim... sair e aproveitar....

O movimento do crescimento... a coragem de seguir esta força... se entregar a esta força... caminhar com ela apesar de entender o quanto ela pode nos custar.

Os castores não sabem, mas que bom que nós sabemos...
Ao final um remanso, a paz e a leveza.
Deixe o seu comentário....
J. Carlos Froes

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Permanecer ou não em meio a tempestade

Os ursos sempre voltam...

No inverno os ursos para se protegerem entram numa caverna, desaceleram, seu metabolismo cai e eles quase param...
Ficam ali.. Reunindo suas forças... E se protegendo.
Há um momento onde o recolhimento é importante.
Se protegem durante um bom tempo...
Vários animais vem até a entrada da caverna dos menores aos maiores... Alguns até mesmo zombam dele. E ele permanece ali no seu silencio.
Sabe que o tempo age ao seu favor.
Ele apenas observa...

Eles gritam...
Ei.. você não é o forte...? Onde está você?.. Por acaso tem medo...?
Muitos fazem isto...

O urso..?
Ele se mantém fiel ao seu propósito...
Ele se protege... Permanece ali... Quieto...
O tempo passa ele se protege...

E quando surgem os primeiros raios de sol, ele sente que a vida novamente lhe invade.

Agora o frio e o torpor dão lugar a vida...
O sol lhe aquece.. Derrete a neve que lhe congelava o espírito...

Ele ressurge... Novamente está presente..
Sai e dá um grande rugido para o mundo...
Ele sabe a hora de se recolher.. E reunir as suas forças..

E sabe também a hora de demonstrá-la...

Os outros se aproximam, mas agora, há respeito... Sua força traz este respeito!

As vezes devemos fazer como os ursos.. Dar uma paradinha e respirar um pouco.
Nos recolhermos aos nossos pensamentos, sentimentos e sensações mais profundas...

Sair um pouco do lugar comum, de tudo aquilo que é rotineiro, para poder olhar com muito mais profundidade para as coisas da nossa vida.

Às vezes o enfrentamento continuado da lugar a um vazio existencial, e assim nos sentimos fracos e sequer podemos medir o avanço ou retrocesso que temos ou tivemos.

A parada para uma analise mais profunda é saudável, as grande estrelas são geradas no caos, mas para observar o seu tamanho é necessário que se esteja fora, ou seja, no meio da tempestade somos parte dela.

Ser parte da tempestade o tempo todo desgasta, cansa, machuca demais, um lugar onde não há solução.

Mas com este processo devemos estar atentos para não cair na grande armadilha que é deixar de avançar.

Devemos constantemente sair do recolhimento e verificar o quanto nos encontramos fortes, e ai cabe bem o refrão de uma musica do Jota Quest que traduz isto de uma forma bem interessante:

“Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino,
Viver é uma arte um oficio, só que precisa cuidado,
Pra perceber que olhar só pra dentro é o maior desperdício,
Porque o seu amor pode estar do seu lado.
O amor é o calor que aquece a alma.
O amor tem sabor pra quem bebe a sua água.”
Jota Quest

Se continuamos um movimento e permanecemos dentro deixamos de perceber muitas coisas, se paramos o movimento e ficamos na inércia o mesmo acontece, polarizamos.

Quando polarizamos algo ficamos num processo dicotômico que nos impede de crescer, onde somente existe o sim ou o não e nunca um talvez.

Entrar, sair, entrar novamente e sair novamente, assim seguimos um movimento natural.

J. Carlos Froes

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Toda escolha tem seu preço... Aceitação x Aprovação....

Toda escolha tem seu preço...
Indiscutível que cada vez que fazemos uma escolha nesta vida instantaneamente surja o seu preço.
Mas a partir de onde fazemos as escolhas mais importantes nesta vida?
Quais são os critérios que adotamos quando tomamos uma decisão?
Os critérios que determinam nossas escolhas mais importantes surgem a partir daquilo que foi estabelecido como um script em nossas vidas.
Eric Berne nos desenvolvimento do seu trabalho denominou como scrip ou roteiro de vida o plano pré consciente que governa os destinos de uma pessoa.
Ele propõe que o comportamento disfuncional na verdade é o resultado de decisões auto limitantes estabelecidas desde a mais tenra infância.
Muitas vezes o aprendizado da criança acontece não pelo pensar mas pelo sentir, e isto pode gerar uma serie de limitações, crenças, valores e padrões de comportamento.
A forma como uma criança toma o mundo ao seu redor e a maneira como ela utilizara isto depende muito de como ela sentiu aquilo que lhe foi transmitido, e fica possível imaginar que nem sempre o resultado será satisfatório a esta criança na sua fase adulta.
Desta forma esta criança atravessa sua adolescência, juventude e até mesmo a fase adulta muitas vezes com um sentimento, pensamento ou sensação que se encontram desatualizados.
Na maioria das vezes isto o conduzira a um comportamento também desatualizado fazendo com que suas atitudes causem estranheza ate mesmo à própria pessoa, onde muitas vezes ele próprio nem consegue determinar a sua causa.
Segue-se então um roteiro ou um script sobre o qual muitas vezes nem se tem a noção.
Desta forma fica difícil a própria pessoa saber qual o futuro que a aguarda, sentindo-se assim enredada pelas malhas daquilo que convencionamos a chamar de destino.
Na maioria das vezes este comportamento se torna como uma arma que ao meso tempo em que a defende de algo também a exclui a começar pela própria família.
Segue-se então um processo de expiação enorme onde a culpa e a inocência caminham de mãos dadas, e neste processo a identificação com a vítima se generaliza.
É muito comum que se busque no desenrolar deste roteiro uma aceitação total, o que acaba por gerar uma enorme confusão entre aceitação e aprovação.
O grito é por aceitação quando no fundo aquilo que ele espera é aprovação.

Aceitação, aprovação e desaprovação são muito distintos, mas movido pelo seu roteiro e tudo aquilo que de alguma forma lhe é pré- determinado na maioria das vezes impedem que esta distinção seja feita.
Busca-se aceitação quando na verdade o que espera é uma aprovação sobre o seu comportamento, ficando assim limitado e infeliz com a situação em que se encontra até que se reconheça isto.
Nem sempre as pessoas irão aprovar aquilo que fazemos, mas isto não as impede que nos aceitem com tudo aquilo que trazemos ou fazemos.
Quando esta sensação esta vinculada aos relacionamentos amorosos e afetivos fora da família já é muito difícil de suportar em muitas situações, porém quando ela se encontra vinculada à família tudo se torna muito pior.
O medo de ser excluído tendo um efeito muito maior na família em função do vinculo indivisível causa assim também uma pressão e uma tensa muito maior.
Porém nestas horas o ideal é lembrar que há uma diferença muito grande entre aceitação e aprovação ou desaprovação.
A aprovação ou desaprovação é algo muito pessoal, quando aceitação é universal.
Com esta lembrança e esta consciência podemos ir à frente, e buscar um acordo.
Talvez para que este acordo aconteça seja necessário um abrir mão de algo entre ambas as partes, mas certamente será muito mais leve do que a pressão e as tensões vividas.
Deixe o seu comentário.... opine, fale sobre outros temas....
J. Carlos Froes

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Constelações... aquilo que atua aparece....

Constelações... aquilo que atua aparece....
Nos trabalhos com as constelações sistêmicas e familiares, aquilo que atua aparace, fica claro.... e é com este esclarecimento que o cliente pode fazer algo.
Nem sempre aquilo que aparece é compreendido ou aceito pelo cliente, mas são movimentos da alma. Eles estão ali e atuam e somente para aquilo que se mostra é possivel uma solução.
As constelações demonstram que existem forças ocultas que são muito maiores do que podemos supor e nos oferecem ensinamentos profundos sobre os relacionamentos e suas implicações.
Alguns exemplos sobre isto são dados pelo próprio Berth Hellinger em seus livros e nos fazem refletir sobre isto...
Reflita sobre o texto abaixo:

O que torna felizes as crianças?
- As crianças ficam felizes quando seus pais – ambos os pais - estão felizes com elas. E quando é que ambos os pais ficam felizes com a criança? – É quando cada um respeita e ama na criança o seu parceiro (a sua parceira) e se alegra com ele (com ela).

Falamos muito de amor. Mas quando é que o amor se mostra em sua forma mais bela? – É quando eu me alegro com a outra pessoa, exatamente como ela é. É quando nos alegramos com nossa criança, exatamente como ela é.

O poder que os pais percebem ter sobre os filhos – e, sobretudo, as mães o sentem de uma forma
particularmente profunda, na medida em que vivem tanto tempo em simbiose com eles – deve ser vivenciado como uma missão. Não como um poder pessoal, mas como um poder temporário, a serviço da criança.

Algum tempo atrás, num dos meus cursos, compareceu uma mulher, trazendo no colo uma criança de cinco meses. Estava sentada ao meu lado, e eu lhe disse: “Olhe através da criança, para algo que está longe, atrás dela”.

Ela olhou para longe, através da criança. De repente, a criança respirou profundamente e sorriu para mim.

Ela ficou feliz. – Assim, nessa relação que ultrapassa a criança, ambos ficam mais livres: os pais e a criança. Ambos podem ajustar-se melhor à sua própria destinação, alegrar-se com ela, e assim deixam livre o outro, na medida em que isso é necessário.

O que é esse algo distante, para onde a mulher dirigiu o olhar? – É o destino de cada um, o seu próprio destino e o da criança.

É, até mesmo, algo além do destino. É algo que permanece oculto de nós. Em sua presença permanecemos humildes; não obstante, sabemos que isso nos conduz e sustenta de um modo particular.

Berth Hellinger


"Através do filho o homem encontra e honra o seu amor pela mulher, assim como ela o faz... O filho é a grande possibilidade do reconhecimento do amor entre homens e mulheres,.... e ele nada tem a ver com o que eles querem fazer com seu relacionamento no futuro..."

Se você ainda não conhece; procure saber mais sobre o processo das constelações sistêmicas e familiares Você pode deixar aqui o seu comentário ou mesmo me escrever um email....

sexta-feira, 19 de março de 2010

Leader Training - Trabalhando as memórias e emoções...

Memórias e Emoções no Leader Training - Um programa de autodesenvolvimento
Em um dos posts na série sobre mudanças, discutimos como as memórias interferem diretamente no comportamento do indivíduo.

Em mecânica estudamos algo que chamamos de caminho preferencial, um caminho que ofereça a menor resistência.

Podemos utilizar isto como um ponto de partida para algo.

Nossas memórias agem diretamente sobre os caminhos preferenciais em nosso cérebro, ou seja toda vez que algo acontece e que se aproxima de uma referencia vivida ou sentida a ação é a mesma já conhecida.

O comportamento suas preferências e características determinantes para a formação da sua personalidade não nascem de algo criado ou inventado.

Nascem de algo que foi sentido ou vivido. A forma como sentimos e ou vivemos algo pode ser determinante e logicamente a compreensão de algo tem a ver também com a nossa experiência bem como aquilo que determinamos chamar de vivencia.

Vivencia seria um conjunto de pensamentos, sentimentos e sensações que de alguma forma se encontram agrupados e organizados em um determinado período de nossas vidas.

Logicamente que a compreensão, ligada a experiência ou a vivencia tem a ver também com o momento de vida que atravessamos.

Não podemos esperar que uma criança reaja a um fato da mesma forma que um adulto, sendo assim no momento em que um trauma ou evento equivalente aconteçe sua chamada compreensão se determinará de uma maneira bem distinta.

O que que quero dizer com isto fundo, é que aquilo que causa um trauma terá uma compreensão diferente em cada fase da vida.

Sendo assim quando trabalhamos com um evento traumático aquilo que determinará sua intensidade é a carga emocional que é colocada sobre o evento.

Esta carga emocional eventualmente pode ou não gerar padrões de comportamento nocivos à pessoa, dependendo da forma como ela trabalha a questão.

Sendo assim podemos deslocar um evento traumático através do tempo utilizando desta compreensão, visto que para esta vivência o tempo pouco importa.

A ação do tempo sobre a memória vem sendo estudada desde a época de Breuer e Freud:
A desproporção entre a duração de muitos anos do sintoma histérico e a ocorrência isolada que o provocou, é o que estamos invariavelmente habituados a encontrar em neuroses traumáticas. Com grande freqüência, é algum fato da infância que estabelece um sintoma mais ou menos
grave que persiste durante os anos que se seguem.
(Breuer, J. & Freud, Sobre os mecanismos psíquicos dos fenômenos histéricos: comunicação preliminar, 1893, p.44.)

Se tomarmos as ultimas pesquisas sobre a memória percebemos que elas são arquivadas através dos sentimentos.

O conjunto pensamento, sentimento e sensações se torna então algo como um registro holográfico através do qual podemos fazer uma leitura do todo através de um fragmento.

Desta maneira ao trabalharmos com um fragmento deste registro há a possibilidade de se ressignificar o evento segundo a vivencia do agora, ou seja, algo do passado pode ter um novo significado a partir deste trabalho.

Um novo olhar sobre algo sempre abre uma nova possibilidade, e isto que vivencia o LT pode dar como um tetemunho.

Não do que ouviu, mas do que viveu.... e o que foi possível através disto.

Agora quero pedir algo, que tal um registro vivo seu... deixe um comentário... ele será muito bem vindo, por mim e pelos outros que acompanham este blog.

J. Carlos Froes

segunda-feira, 15 de março de 2010

O recheio do bolo...

Justificar
O recheio do bolo....
Bem quero começar este texto discutindo um pouco sobre culinária, mais precisamente sobre uma parte que adoramos: a sobremesa!.

Quero falar em especial de uma sobremesa; o bolo Floresta Negra, cuja origem é cheia de controvérsias, e apesar de todas acredita-se que esteja ligado à Alemanha e a região de uma das mais belas e maiores florestas do país; a Floresta Negra.

Sabendo da sua origem acredito que você já tenha provado deste bolo e se não o fez o Floresta Negra nada mais é do que um bolo de chocolate que cortado ao meio é umedecido com uma calda de cerejas, e recheado com chantilly e cerejas em caldas.


Em seguida ele recebe uma cobertura de chantilly, cerejas e raspas de chocolate.


Este é o Floresta Negra.... com este recheio e esta cobertura.

Mas e se tirássemos o recheio deste bolo
?
, No que ele se transformaria...?

Num simples bolo de chocolate... sim sem recheio; somente um bolo de chocolate.


E o que isto tem a ver com este texto, e o que quero com isto
?


O que isto tem a ver você descobrirá e o que quero é utiliza-lo como uma espécie de metáfora sobre a qual possamos fazer uma reflexão.


Quero refletir com você, sobre quando não aceitamos o todo; será que é possível aceitar a parte...
? Se aceitamos uma parte necessariamente estaremos aceitando o todo.?

Talvez um pouco antes seja possível perguntar, o que exatamente quer dizer aceitar...
?

Será que aceitação e perdão são a mesma coisa
?, e concordar com algo... o que vem a ser isto?

Bem quero começar discutindo um pouco sobre perdão, minha visão sobre o perdão talvez seja um tanto quanto particular, mas entendo que quando alguém perdoa alguém, algo estranho acontece.. Veja; por acaso o que perdoa de alguma forma não se coloca acima daquele que é perdoado.


Será então que o processo do perdão não é um processo onde nos colocamos num nível diferente de alguém...
? E como isto fica para quem perdoa, para quem é perdoado, e sinta como fica para você agora sob este ponto de vista. Reflita.

Bem mas esta questão do perdão quero discuti-la em outro texto, quero voltar agora ao tema aceitação...


Procure nos dicionários e você encontrará algo acerca do aceitar como: tomar algo, entrar em harmonia com algo, reconhecer... e quero agora levar isto para o nosso bolo: o floresta negra..


Se tiramos o recheio o floresta negra vira apenas um bolo de chocolate...

E onde eu quero chegar....
?

Quero aproveitar este texto para falarmos de algo que tenho vivido em muitos dos treinamentos que dirijo: a aceitação dos filhos em relação aos seus pais.


Concordo que alguns pais tenham imposto aos seus filhos, sofrimento e dor. Da mesma forma que qualquer pessoa possa fazer isto conosco, concordo que os pais também os fazem... alguns pelo menos.


E o que tenho visto por parte dos filhos uma dificuldade em aceitar seus pais... em alguns processos uma raiva profunda.


Mas a minha pergunta é: E o recheio... como fica.
?

Quando excluímos uma parte como ficamos....
? Volto agora ao todo e a parte...

Quando excluo tudo, eu excluo tudo, isto é um fato.

Se excluo meus pais, por acaso não excluo uma parte minha também...


Já sei, e nesta etapa que devemos falar um pouco sobre concordar com algo, ou mais precisamente sobre a palavra concordar.


Se procurarmos o significado da palavra concordar cairemos em algo como aceitar, conformar-se, mas a que termo chegamos...

Pense... será possível, que aceitemos algo sem que tenhamos que concordar com este algo.
?

Não temos que necessariamente concordar com algo que aceitamos.

Pense, reflita um pouco.


Talvez se os filhos tomarem os seus pais como eles são sem julgamentos ou preconceitos, e fizerem isto de uma forma muito autentica, apesar de toda dificuldade, não digo que aceitação seja algo fácil.


Desta forma, talvez seja possível que voltemos a ser um belo Floresta Negra ao invés de um simples bolo de chocolate.


Reflita.

J. Carlos Froes

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Memórias e a Neurociência

Memórias e a Neurociência
Quero continuar nosso estudo sobre a memória, e como somos afetados a partir daquilo que é carregado através dela. No ultimo artigo citei uma reportagem publicada na Veja que fala sobre memória e gostaria de trazer agora duas observações que vem ao encontro daquilo que falamos neste mesmo artigo.
Um posicionamento é o do fisiologista Eric Kandel que recebeu o Prêmio Nobel em 2000 pelo seu trabalho de como a memória é formada e armazenada. Ao longo da entrevista concedida ele discorre sobre a memória e a questão da personalidade, na busca por onde se encontra o Ego, Superego e Id e o que acontece dentro dos neurônios durante o processo de memorização.
Segundo ele a neurociência procura desvendar as habilidades do cérebro humano, e que nesta caminhada ainda temos cerca de 100 anos até que seja possível desvendar totalmente o funcionamento deste órgão tão complexo. Segundo suas pesquisas não há um limite biológico para o volume de quantidade de memórias que o cérebro pode guardar, mas um limite para a quantidade que se pode processar em um determinado período e desta maneira se este limite de processamento é quebrado isto pode interferir na qualidade da codificação que é feita pelo cérebro. E segundo ele sendo assim não há memória.
Mas este pode ser um indicativo de que algumas informações podem estar de certa forma sendo acessadas de forma equivocada. Há ainda uma questão se resposta sobre a consciência, ou seja, para acessar determinadas lembranças precisamos usar a consciência e pouco se sabe sobre a natureza da atenção consciente, além do que é difícil dizer como as memórias sao modificadas ao longo da vida.
Veja ainda sobre a questão terapêutica o que ele tem a dizer:
A psicanálise está ameaçada pelas descobertas da neurociência?
Não. Psicanalistas e psicoterapeutas podem até se beneficiar com isso, mas terão de se adaptar.
Eles precisam se familiarizar com as novidades da neurociência. Já existem, por exemplo, estudiosos analisando imagens cerebrais de pessoas com distúrbios mentais, para detectar possíveis anormalidades e descobrir como elas são revertidas com a psicoterapia.
As evidências, até agora, são muito estimulantes. Obsessão-compulsão, depressão, neuroses com todos esses distúrbios já há estudos mostrando como a psicoterapia ou a psicanálise conseguem reverter, em alguns casos, anomalias cerebrais.
Os resultados são bons quando o terapeuta, além de tentar entender o que motiva o paciente a agir de determinada maneira, passa a incentivá-lo a mudar seu comportamento presente. Ou seja, faz um tratamento mais orientado para o aqui e agora.
Os estudos de neuroimagem mostram que esse é um método bastante eficiente para certos casos. Eric Kandel.
No próximo artigo quero trazer o segundo posicionamento a respeito da memória do português António Damásio, de 65 anos, considerado um dos neurocientistas mais respeitados da atualidade, falando sobre a forma como as emoções estão ligadas à memória.
Até o próximo
J. Carlos Froes

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Os registros estão lá...

Acredito que este artigo possa exemplificar melhor o que disse no ultimo, sobre onde os caminhos do desenvolvimento profissional e pessoal se cruzam. E para isto quero utilizar uma das ultimas edições da Veja, que fala sobre o funcionamento da memória.
De inicio quero me valer de uma metáfora. Imagine um computador pessoal, quando ele é comprado tudo está praticamente virgem, sim praticamente pois para que ele funcione adequadamente alguns testes já vem feitos de fabrica. E no momento em que o adquirimos ai sim nós o personalizamos com os programas que nos são mais importantes porém há algo que é comum a todos o sistema operacional. Todos nós nascemos também com um sistema operacional capaz de executar uma série de operações sem que necessariamente se receba um comando para isto.
Assim nos comportamos também, nosso corpo não precisa de comando para equalizar a temperatura do corpo, tampouco para que lhe diga em quais momentos deve respirar ou piscar os olhos para lubrifica-los e uma serie de outras ações como fazer as trocas necessárias no momento da respiração, ou mesmo quando segregamos algum tipo de hormônio. Certo que alguns podemos controlar, mas normalmente estas ações e movimentos acontecem de forma automática. Assim como um computador então estamos prontos para operações complexas, o hardware (equipamento) e o software básico (sistema operacional) se encontram prontos, basta apenas começar a instalar os demais softwares (programas). Programas para os mais variados fins. E na medida que eles são instalados o computador vai se diferenciando dos demais.
Duvido que encontremos um computador exatamente igual ao outro, tanto em programas quanto em arquivos. E são estes programas e arquivos que além de diferencia-lo farão também com que o seu desempenho seja melhor ou pior se comparado a outros.
Assim também acontece conosco em relação ao conhecimento que retemos e a forma como o aplicamos, isto pensado no caso dos programas. Se os programas são originais o desempenho é um se são piratas o desempenho é outro, da mesma forma conosco, se aquilo que apreendemos foi bem elaborado, um desempenho se mal, outro.
Se faltaram arquivos o programa pode travar o funcionamento do micro, conosco não é diferente, que já não travou algum dia?. No caso dos arquivos podemos fazer uma analogia diferente. Dependendo do arquivo ele pode melhorar o desempenho de outros, ou danifica-los, assim como o computador nós desenvolvemos uma forma de funcionamento.
Os relacionamentos são como chaves com as quais podemos abrir ou fechar o mundo a nossa volta. E como a memória pode interferir neste processo?. Desde o momento da concepção nós registramos os acontecimentos que permeiam a nossa vida. Uns terão um impacto maior que os outros e a forma como este impacto irá atuar na nossa vida dependerá exclusivamente da carga emocional que o acompanhará.
Um exemplo simples, no caso do relacionamento de casal que podemos transferir para o ambiente de trabalho:
Imagine um homem ou uma mulher que tenha tido muitos relacionamentos (dezenas, centenas... sabe-se lá) e o outro com poucos relacionamentos ou quase nenhum, quais as chances deste em relação ao outro?. Pequenas ou quase nenhuma.
Sim pois é como se já viéssemos com uma enciclopédia de possibilidades e o outro com apenas um livrinho. Transfira isto para o ambiente de trabalho, alguém que já tenha tido dezenas de chefes ou supervisores e que receba alguém que venha com novas idéias, esta será sem dúvida uma tarefa muito árdua para quem esta chegando, pois terá de provar algo o tempo todo.
E se imaginássemos um caso de alguém que sofreu um trauma muito grande no passado, não importando qual seja, e que neste momento se encontra numa situação semelhante, o que pode acontecer... Que ele reaja da forma como está acostumado. E se a forma não for a mais adequada para a situação, isto certamente causará um impacto no outro e na pessoa novamente.
Num próximo artigo trarei mais sobre isto mas por hora podemos refletir sobre como o desenvolvimento pessoal é importante para o desenvolvimento pessoal.
Até o próximo.
J. Carlos Froes

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Onde o desenvolvimento pessoal e o profissional se cruzam...

É muito comum que se discuta o desenvolvimento profissional sem levar em consideração o pessoal.
Existem milhares de técnicas que são disseminadas sobre como se portar, vender, atender, liderar, se relacionar com o outro, encantar o cliente, fidelizar, e tantas outras que encheriamos esta página facilmente..
Mas a pergunta que sempre fica é: Primeiro olhamos para o profissional, ou para o homem
? O que tenho percebido em todos estes anos de trabalho, é que normalmente no mercado o que se busca é uma boa técnica, de forma que as pessoas possam apenas executar sem ter que pensar muito. Acredito que esta não seja a receita mais adequada, ou talvez possamos até mesmo contestar as receitas. As receitas são boas quando as situações são repetitivas, mas nos relacionamentos o que podemos determinar como situações repetitivas. Muitas vezes as situações parecem ser repetitivas, mas no fundo elas são apenas referencias de algo já vivido. Não existe uma situação que possa se repetir em toda sua complexidade de detalhes. Sim pois até mesmo numa situação corriqueira, os detalhes mudam completamente, e por conseguinte a situação como um todo. Se tomarmos isto como possibilidade apenas talvez seja possível um teste. Estar mais atento às situações, por mais corriqueiras ou rotineiras que sejam e perceber as mudanças que acontecem de um momento para o outro. Se fizermos deste um exercício constante, atentando não apenas para os detalhes externos mas também para os internos talvez seja mais fácil encontrar outras possibilidades de atuação ou de solução. E o que vem a ser estes detalhes internos; a forma como nos encontramos no exato momento em que uma determinada situação acontece ou se repete. Talvez com esta percepção seja mais fácil adotar uma postura sem que tenhamos que sempre fazer as coisas do mesmo jeito. Rotinas são excelentes para processos técnicos, mas nos processos humanos, que envolvem os relacionamentos as receitas podem ser apenas uma vaga referencia que em alguns casos talvez não tragam os resultados esperados. Aqui é que o desenvolvimento pessoal precede o profissional. Existem inúmeras situações onde as estratégias não nos servem para nada. Minha sugestão é que tenhamos as técnicas, pois sem as referencias fica mais difícil, mas que nunca nos esqueçamos que é possível oferecer mais do que isto. Saber como nascem as técnicas pode ser de extrema utilidade e assim quem sabe utilizar mais as capacidades e potencialidades de cada pessoa seja qual for a situação. Confiar no humano e na sua capacidade de ação e superação.