sexta-feira, 19 de março de 2010

Leader Training - Trabalhando as memórias e emoções...

Memórias e Emoções no Leader Training - Um programa de autodesenvolvimento
Em um dos posts na série sobre mudanças, discutimos como as memórias interferem diretamente no comportamento do indivíduo.

Em mecânica estudamos algo que chamamos de caminho preferencial, um caminho que ofereça a menor resistência.

Podemos utilizar isto como um ponto de partida para algo.

Nossas memórias agem diretamente sobre os caminhos preferenciais em nosso cérebro, ou seja toda vez que algo acontece e que se aproxima de uma referencia vivida ou sentida a ação é a mesma já conhecida.

O comportamento suas preferências e características determinantes para a formação da sua personalidade não nascem de algo criado ou inventado.

Nascem de algo que foi sentido ou vivido. A forma como sentimos e ou vivemos algo pode ser determinante e logicamente a compreensão de algo tem a ver também com a nossa experiência bem como aquilo que determinamos chamar de vivencia.

Vivencia seria um conjunto de pensamentos, sentimentos e sensações que de alguma forma se encontram agrupados e organizados em um determinado período de nossas vidas.

Logicamente que a compreensão, ligada a experiência ou a vivencia tem a ver também com o momento de vida que atravessamos.

Não podemos esperar que uma criança reaja a um fato da mesma forma que um adulto, sendo assim no momento em que um trauma ou evento equivalente aconteçe sua chamada compreensão se determinará de uma maneira bem distinta.

O que que quero dizer com isto fundo, é que aquilo que causa um trauma terá uma compreensão diferente em cada fase da vida.

Sendo assim quando trabalhamos com um evento traumático aquilo que determinará sua intensidade é a carga emocional que é colocada sobre o evento.

Esta carga emocional eventualmente pode ou não gerar padrões de comportamento nocivos à pessoa, dependendo da forma como ela trabalha a questão.

Sendo assim podemos deslocar um evento traumático através do tempo utilizando desta compreensão, visto que para esta vivência o tempo pouco importa.

A ação do tempo sobre a memória vem sendo estudada desde a época de Breuer e Freud:
A desproporção entre a duração de muitos anos do sintoma histérico e a ocorrência isolada que o provocou, é o que estamos invariavelmente habituados a encontrar em neuroses traumáticas. Com grande freqüência, é algum fato da infância que estabelece um sintoma mais ou menos
grave que persiste durante os anos que se seguem.
(Breuer, J. & Freud, Sobre os mecanismos psíquicos dos fenômenos histéricos: comunicação preliminar, 1893, p.44.)

Se tomarmos as ultimas pesquisas sobre a memória percebemos que elas são arquivadas através dos sentimentos.

O conjunto pensamento, sentimento e sensações se torna então algo como um registro holográfico através do qual podemos fazer uma leitura do todo através de um fragmento.

Desta maneira ao trabalharmos com um fragmento deste registro há a possibilidade de se ressignificar o evento segundo a vivencia do agora, ou seja, algo do passado pode ter um novo significado a partir deste trabalho.

Um novo olhar sobre algo sempre abre uma nova possibilidade, e isto que vivencia o LT pode dar como um tetemunho.

Não do que ouviu, mas do que viveu.... e o que foi possível através disto.

Agora quero pedir algo, que tal um registro vivo seu... deixe um comentário... ele será muito bem vindo, por mim e pelos outros que acompanham este blog.

J. Carlos Froes

terça-feira, 16 de março de 2010

Aceitar tudo o mais que nossos pais nos dão

Aceitar tudo o mais que nossos pais nos dão

Na verdade, os pais não dão aos filhos apenas a vida.

Eles nos dão também outras coisas: alimentam-nos, educam-nos, cuidam de nós e assim por diante.


Convém à criança que ela tome tudo isso, da forma como o recebe.

Quando a criança o aceita de bom grado, costuma bastar.

Existem exceções, que todos conhecemos, mas via de regra é suficiente.

Pode não ser sempre o que desejamos, mas é o bastante.


Nesse particular, pertence à ordem que o filho diga a seus pais: "Eu recebi muito. Sei que é muito, é o bastante. Eu o tomo com amor".

Então ele se sente pleno e rico, seja qual for a situação.

Então ele acrescenta: "o resto, eu mesmo faço". Isto também é um belo pensamento.

Finalmente, o filho ainda pode dizer aos pais: "E agora eu os deixo em paz".

O efeito destas frases vai muito fundo: agora o filho tem seus pais e os pais têm o filho.
Pais e filho estão simultaneamente separados e felizes.

Os pais concluíram sua obra e a criança está livre para viver sua vida, com respeito pelos seus pais mas sem dependência.


Imaginem agora a situação contrária, quando o filho diz aos pais: "O que vocês me deram foi errado e foi muito pouco. Vocês ainda estão me devendo muito".

O que esse filho tem de seus pais? Nada.

E o que têm dele os pais? Igualmente nada.


Esse filho não consegue soltar-se de seus pais.

Sua censura e sua reivindicação o vinculam a eles, mas de uma forma tal que ele não os tem.

Ele se sente vazio, pequeno e fraco.
Esta seria a segunda lei do amor entre filhos e pais.

Bert Hellinger

segunda-feira, 15 de março de 2010

O recheio do bolo...

Justificar
O recheio do bolo....
Bem quero começar este texto discutindo um pouco sobre culinária, mais precisamente sobre uma parte que adoramos: a sobremesa!.

Quero falar em especial de uma sobremesa; o bolo Floresta Negra, cuja origem é cheia de controvérsias, e apesar de todas acredita-se que esteja ligado à Alemanha e a região de uma das mais belas e maiores florestas do país; a Floresta Negra.

Sabendo da sua origem acredito que você já tenha provado deste bolo e se não o fez o Floresta Negra nada mais é do que um bolo de chocolate que cortado ao meio é umedecido com uma calda de cerejas, e recheado com chantilly e cerejas em caldas.


Em seguida ele recebe uma cobertura de chantilly, cerejas e raspas de chocolate.


Este é o Floresta Negra.... com este recheio e esta cobertura.

Mas e se tirássemos o recheio deste bolo
?
, No que ele se transformaria...?

Num simples bolo de chocolate... sim sem recheio; somente um bolo de chocolate.


E o que isto tem a ver com este texto, e o que quero com isto
?


O que isto tem a ver você descobrirá e o que quero é utiliza-lo como uma espécie de metáfora sobre a qual possamos fazer uma reflexão.


Quero refletir com você, sobre quando não aceitamos o todo; será que é possível aceitar a parte...
? Se aceitamos uma parte necessariamente estaremos aceitando o todo.?

Talvez um pouco antes seja possível perguntar, o que exatamente quer dizer aceitar...
?

Será que aceitação e perdão são a mesma coisa
?, e concordar com algo... o que vem a ser isto?

Bem quero começar discutindo um pouco sobre perdão, minha visão sobre o perdão talvez seja um tanto quanto particular, mas entendo que quando alguém perdoa alguém, algo estranho acontece.. Veja; por acaso o que perdoa de alguma forma não se coloca acima daquele que é perdoado.


Será então que o processo do perdão não é um processo onde nos colocamos num nível diferente de alguém...
? E como isto fica para quem perdoa, para quem é perdoado, e sinta como fica para você agora sob este ponto de vista. Reflita.

Bem mas esta questão do perdão quero discuti-la em outro texto, quero voltar agora ao tema aceitação...


Procure nos dicionários e você encontrará algo acerca do aceitar como: tomar algo, entrar em harmonia com algo, reconhecer... e quero agora levar isto para o nosso bolo: o floresta negra..


Se tiramos o recheio o floresta negra vira apenas um bolo de chocolate...

E onde eu quero chegar....
?

Quero aproveitar este texto para falarmos de algo que tenho vivido em muitos dos treinamentos que dirijo: a aceitação dos filhos em relação aos seus pais.


Concordo que alguns pais tenham imposto aos seus filhos, sofrimento e dor. Da mesma forma que qualquer pessoa possa fazer isto conosco, concordo que os pais também os fazem... alguns pelo menos.


E o que tenho visto por parte dos filhos uma dificuldade em aceitar seus pais... em alguns processos uma raiva profunda.


Mas a minha pergunta é: E o recheio... como fica.
?

Quando excluímos uma parte como ficamos....
? Volto agora ao todo e a parte...

Quando excluo tudo, eu excluo tudo, isto é um fato.

Se excluo meus pais, por acaso não excluo uma parte minha também...


Já sei, e nesta etapa que devemos falar um pouco sobre concordar com algo, ou mais precisamente sobre a palavra concordar.


Se procurarmos o significado da palavra concordar cairemos em algo como aceitar, conformar-se, mas a que termo chegamos...

Pense... será possível, que aceitemos algo sem que tenhamos que concordar com este algo.
?

Não temos que necessariamente concordar com algo que aceitamos.

Pense, reflita um pouco.


Talvez se os filhos tomarem os seus pais como eles são sem julgamentos ou preconceitos, e fizerem isto de uma forma muito autentica, apesar de toda dificuldade, não digo que aceitação seja algo fácil.


Desta forma, talvez seja possível que voltemos a ser um belo Floresta Negra ao invés de um simples bolo de chocolate.


Reflita.

J. Carlos Froes