terça-feira, 22 de maio de 2012

Equilíbrio...


O equilíbrio
Neste final de semana após mais um LT saio de lá com muito mais experiências vividas, que me oferecem sem duvida nenhuma grandes possibilidades, e pensando em tudo isto resolvi oferecer uma profunda reflexão sobre a minha experiência pessoal.

Epicuro foi um grande filósofo grego que viveu em 341 a.c e uma de suas principais ideias era de que o homem precisa de três coisas para viver feliz...
Liberdade, Amizade verdadeira e Tempo... para meditar sobre o as coisas que aprendia e as que vivia...

Colocava como um dos maiores empecilhos ao crescimento humano o primeiro e principal filtro que temos.. nossos sentidos...
“O homem se pauta e muito!, apenas pelos sentidos portanto erra”
Ou seja, nem tudo que ouvimos, sentimos e ou enxergamos é o que é...

Outros filósofos falaram sobre este tema e o ponto principal esta ligado ao ampliar nossos sentidos, explorarmos ainda mais todas as possibilidades..
Um homem pode ter muitos ensinamentos mas toma-los como verdades absolutas muitas vezes pode ser muito perigoso.

Se tomarmos o branco como única cor perdemos um espectro enorme de beleza composto por infinitas cores e belezas, e por fim nunca nos aproximaremos do preto que é por definição a mistura de todas elas ou a ausência das mesmas... e o que está certo??

A forma como aprendemos algo as vezes se torna tão determinante que por vezes perdemos grandes oportunidades de evoluir e usufruir de uma vida melhor.... mais centrada.

O Tao te ching demonstra ao longo do seu texto como as coisas se definem mas nos coloca frente a frente com a reação que podemos ter a algo.
O imanifesto define o manifesto e este nos coloca diretamente em contato com o fenômeno..
O certo por si só define o errado, assim como o preto define o branco, a luz a sombra....
Mas há sempre uma distancia enorme entre elas... e se nos prendermos apenas num polo perdemos muito.

No capitulo XI do Tao numa tradução livre percebemos algo importante:
Trinta raios convergem para o meio de uma roda
Mas é o buraco em que vai entrar o eixo que a torna útil.

Molda-se o barro para fazer um vaso;
É o espaço dentro dele que o torna útil.

Fazem-se portas e janelas para um quarto;
São os buracos que o tornam útil.

Por isso, a vantagem do que está lá
Assenta exclusivamente
na utilidade do que lá não está.

Numa linguagem mais simples podemos traduzir isto de uma forma mais ampla em nossas vidas...

Um pensamento dicotômico que privilegia apenas o negativo tende a excluir o positivo e então passamos a dar mais valor ao que deixamos de fazer do que aquilo que fizemos.

Viciamos nossos sentidos em apenas uma direção e passamos a tratar esta direção como uma verdade absoluta, quando temos apenas uma verdade que é relativa.

A verdade absoluta nos afasta da verdade que é relativa, por quanto nos colocamos ou muito abaixo ou muito acima.

Aquele que a aceita pode pertencer ao nosso grupo de relacionamentos, os que não, automaticamente são excluídos. Aquilo que inclui também exclui.

Desta forma ou temos um sim ou um não, e onde colocamos o talvez.

Talvez em algo eu tenha errado, sim e posso me conscientizar disto utilizando meus conhecimentos e vivencia adquirindo assim uma maturidade maior e  certamente em outros casos acertei e sei que posso utiliza-los da mesma forma.

Isto nos colocara em uma condição humana, muito mais leve e assertiva.

Mas se nos prendemos apenas a uma polaridade de um outro lado enfraquecemos nossos relacionamentos e acabamos por tratar o outro como alguém que não possui recursos, ou que os possui em demasia.

Ou seja, algumas pessoas vemos como fracas e impotentes e sobre esta procuramos exercer um domínio ilusório, já que ela é fraca podemos nos colocar acima dela, fazendo com que se sintam mais fracas ainda, sendo este o caminho daquele que é bom.... mas e ser justo com esta pessoa não cabe?

Muitas vezes suas falhas serão determinantes para o seu crescimento mas se ficamos com pena desta pessoa e a poupamos, que precedente abrimos em nossa relação.

A de que ela será sempre fraca e dependente, e no final nos frustramos e reclamamos que aquilo que ela nos oferece como forma de troca em nosso relacionamento é pouco. 

Perigoso demais este caminho, tanto a um quanto ao outro.

Quando o colocamos em demasia, seja de que forma for, atribuímos a ela um peso enorme pois assim a transformamos em alguém que é impassível, que não falha, e novamente que direito temos neste sentido?

E o ser justo com esta pessoa também não cabe?

De uma maneira ou outra acabamos por nos afastar de alguém ou afasta-la de nossas vidas.

Os relacionamentos buscam sempre um equilíbrio entre o dar e tomar, aquele que dá demais quando não encontra no outro uma resposta fica com raiva e em contrapartida o que recebe demais se sente prejudicado pelo peso que sente no momento de retribuir algo que para ele é impossível...

Então nos deparamos com algumas perguntas?
Será que ele não vê o que acontece? Será que não sente o mesmo por mim?

O pensamento dicotômico (um polo ou outro) nos colocará sempre em desvantagem nos nossos relacionamentos bem como em todos os outros aspectos de nossa vida.

“Ou sou bom ou sou mal, um sucesso ou um fracasso, sadio ou doente, belo ou feio, certo ou errado...” e uma infinidade de pensamentos e ou comportamentos que encheriam paginas e paginas.

Cabe aqui perceber que na relação de amigos, parceiros, sócios, casais o que se busca é e sempre será o equilíbrio, a balança deve ser equalizada.

E o que fazer com aquilo que recebemos de nossos pais? Tomamos o que é bom... 
aceitando de bom grado, utilizando se for e quando necessário, e respeitando aquilo que para nós não cabe e ou é suficiente, entendo que o que foi entregue foi o melhor que podiam e tinham a oferecer...

A força do equilíbrio é diferente, eles dão e nós tomamos...
Vale muito a pena também perceber que o equilíbrio nos traz equilíbrio e leveza.

Com este equilíbrio e leveza, podemos diferenciar aceitação e aprovação.
As vezes passamos uma vida inteira tentando aprovar as pessoas quando na verdade podemos aceita-las como são, sendo justos e éticos, crescendo e promovendo crescimento.

O que fiz, faço e farei é bom para mim, mas vezes não para o outro... e quando sabemos disto, sabemos também o quanto podemos oferecer para alguém esta possibilidade.

José Carlos Froes

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