terça-feira, 16 de março de 2010

Aceitar tudo o mais que nossos pais nos dão

Aceitar tudo o mais que nossos pais nos dão

Na verdade, os pais não dão aos filhos apenas a vida.

Eles nos dão também outras coisas: alimentam-nos, educam-nos, cuidam de nós e assim por diante.


Convém à criança que ela tome tudo isso, da forma como o recebe.

Quando a criança o aceita de bom grado, costuma bastar.

Existem exceções, que todos conhecemos, mas via de regra é suficiente.

Pode não ser sempre o que desejamos, mas é o bastante.


Nesse particular, pertence à ordem que o filho diga a seus pais: "Eu recebi muito. Sei que é muito, é o bastante. Eu o tomo com amor".

Então ele se sente pleno e rico, seja qual for a situação.

Então ele acrescenta: "o resto, eu mesmo faço". Isto também é um belo pensamento.

Finalmente, o filho ainda pode dizer aos pais: "E agora eu os deixo em paz".

O efeito destas frases vai muito fundo: agora o filho tem seus pais e os pais têm o filho.
Pais e filho estão simultaneamente separados e felizes.

Os pais concluíram sua obra e a criança está livre para viver sua vida, com respeito pelos seus pais mas sem dependência.


Imaginem agora a situação contrária, quando o filho diz aos pais: "O que vocês me deram foi errado e foi muito pouco. Vocês ainda estão me devendo muito".

O que esse filho tem de seus pais? Nada.

E o que têm dele os pais? Igualmente nada.


Esse filho não consegue soltar-se de seus pais.

Sua censura e sua reivindicação o vinculam a eles, mas de uma forma tal que ele não os tem.

Ele se sente vazio, pequeno e fraco.
Esta seria a segunda lei do amor entre filhos e pais.

Bert Hellinger

Um comentário:

  1. é muito legal ler esse texto e fazer um paralelo com o seu outro texto do bolo floresta negra... acho que tem muito em comum, mas que um completa o outro... rende muito o que pensar!!

    to achando muito legal esse blog!!

    beijos

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