quinta-feira, 31 de março de 2011

Relacionamento de Casais..

Tenho a tido a felicidade de trabalhar muito em meu consultório o relacionamento de casais, e este é um dos temas que mais me toca.

E o que mais me toca é saber que no fundo o que se busca em um relacionamento é uma solução que vai alem das fronteiras daquilo que reconhecemos... Quando trabalho um relacionamento de casal olhamos profundamente para as nossas raízes.

Encontramos na maioria das vezes muito mais do que uma exigência de uma parte ou outra, o que encontramos na maioria das vezes é a vontade de satisfazer um desejo, ou apenas de aplacar o medo que sentimos de algo, e na maioria das vezes o de sermos excluídos.

Buscamos na maior parte das vezes uma resposta no lugar errado. O outro é e sempre será um catalisador que nos ajudará em nossa caminhada que é tão solitária em busca de uma reconciliação interna e nunca a resposta em si.

Quando trabalhamos um relacionamento falamos de amor... um amor que muitas vezes pode ser mal direcionado ou mal interpretado.

Prendemos quando queremos liberdade, fechamos uma porta quando queremos uma saída, sofremos quando queremos felicidade.

O amor entre o casal traz em si uma beleza indescritível, algo grande e divino e ao mesmo tempo difícil.

No relacionamento entre um homem e uma mulher há algo de divino, somente através dele podemos gerar a vida...

Quando um casal se encontra e começa a viver um relacionamento na maioria das vezes não se dá conta de que ao olhar para o outro estará olhando também para a sua família e tudo mais o que esta família pode oferecer.... sim quando um homem olha para uma mulher ele olha também para a família desta mulher e vice versa...

E algumas coisas que são válidas na família de um não são válidas na familia do outro, e então na maioria das vezes é ai que nos perdemos, pois queremos algo que para o outro as vezes nem existe, ou é impossível...

Nas brincadeiras de cabo de guerra procura-se o mais forte... e assim alguns relacionamentos são tratados... a busca pelo certo e errado não cabe.

O ideal é que os dois se fortaleçam... e assim a família como um todo...

Um contrato transparente, limpo, onde cada um saiba qual o seu limite seria muito melhor...

Algo para pensarmos.. e gostaria aqui de deixar um texto sobre uma velha lenda Sioux para uma reflexão:


A Águia e o Falcão

Conta uma velha lenda dos índios Sioux, que uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho feiticeiro da tribo.

- Nós nos amamos e vamos nos casar - disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã... alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos... que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

- Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada. Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte... e trazê- lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo - continuou o feiticeiro - deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva!

Os jovens se abraçaram com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada... no dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.

O velho pediu, que com cuidado as tirassem dos sacos... e viu eram verdadeiramente formosos exemplares.

- E agora o que faremos? - perguntou o jovem - as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue? Ou as cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? - propôs a jovem.

- Não! - disse o feiticeiro, apanhem as aves, e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro. Quando as tiver bem amarradas, soltem-nas, para que voem livres.

O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros. A águia e o falcão, tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se machucar.

Foi então que o velho desamarrou os pássaros e disse:

- Jamais esqueçam o que acabaram de ver... este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... se estiverem amarrados um ao outro, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.

J. Carlos Froes

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